São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 1995
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Arafat pede ajuda financeira a europeus

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente da Organização para a Libertação da Palestina, Iasser Arafat, passou o dia de ontem na Europa, antes de ir para os Estados Unidos, onde assina o acordo com Israel.
Ele se encontrou com o presidente francês, Jacques Chirac, em Paris, e, horas depois, com o primeiro-ministro britânico, John Major, em Londres.
Em Paris, ele fez um apelo ao presidente da Líbia, Muammar Gaddafi, para que desista de expulsar os palestinos de seu país.
"Eu gostaria que meu irmão, o presidente Muammar, parasse com a tragédia pela qual os palestinos da Líbia estão passando e que cancelasse a expulsão."
O coronel Gaddafi, que impõe à Líbia um regime islâmico radical, se opõe a qualquer acordo com Israel. Nos últimos meses, ele passou a tratar a OLP como um grupo de traidores.
Após o anúncio do acordo, no domingo, Gaddafi decidiu expulsar todos os palestinos que estavam refugiados na Líbia.
Os cerca de 30 mil palestinos do país tiveram apenas 48 horas para deixar a Líbia.
O Egito, país que separa a Líbia de Israel e da faixa de Gaza, se recusa a recebê-los. O governo do Cairo só aceita palestinos que estejam em trânsito para a Jordânia ou para os territórios passados à administração da OLP.
Em suas reuniões de ontem, Arafat pediu ajuda financeira. "Espero que possamos expandir os laços econômicos entre o Reino Unido e os territórios palestinos", afirmou.
O líder palestino busca aliados para as negociações da cúpula do Oriente Médio e Norte da África, que acontece em outubro, na Jordânia, e da cúpula da União Européia e países do Mediterrâneo, em novembro, na Espanha.
Ele fez ainda um apelo ao governo israelense para que liberte o xeque Ahmad Iassin, líder espiritual do Hamas, que está entre os palestinos presos em Israel.
O Hamas é o principal grupo de oposição à OLP. Adota métodos terroristas, rejeita qualquer acordo com Israel e tem sido um dos principais obstáculos à implantação do acordo de paz.
A libertação dos palestinos presos em Israel é um dos pontos do acordo. O primeiro grupo deve ter 1.500 pessoas.
Arafat voltou a garantir que os prazos para a retirada dos israelenses deve ser mantido. Os soldados devem começar a sair das cidades da Cisjordânia daqui a dez dias, como previa o acordo.

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