São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 1995 |
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Livro é gostoso e bem-humorado
CLAUDIO GARON
Organizado na forma de dicionário, com verbetes de A (aeroporto) até Z (zebra), é de uma leitura fácil e divertida. Para falar sobre aeroportos ("um lugar de sonhos"), Scliar lembra das estações ferroviárias, "portas para o glorioso e o desconhecido", segundo o escritor norte-americano E.M. Forster. O "Dicionário" fala de locais nem sempre procurados pelos turistas, como os cemitérios. Lá estão os mais famosos, como o londrino Highgate, onde está Karl Marx, e o norte-americano Arlington, no qual descansa o presidente John Kennedy. Lembra também o Père Lachaise, que abriga personalidades, como o compositor Frédéric Chopin. Ou ainda Jim Morrison, cantor do grupo de rock The Doors, cuja sepultura é a mais visitada do mais famoso cemitério de Paris. Na letra N, a neve merece um verbete próprio. Para Scliar, ela é o "sonho" do brasileiro. O livro traz ainda uma verdadeira antologia de frases sobre viagens, uma citação por página. Como confessa o próprio Scliar, a maioria delas mostra o receio dos escritores em relação às viagens. Ali encontram-se coisas como: "Não é porque o asno viaja que ele volta um corcel." Mais amargo, Ralph Waldo Emerson afirmou que "as pessoas vão para outro país porque não se sentem bem no seu próprio e voltam porque ninguém lhes dá atenção no lugar para onde foram. Só os fúteis viajam". Também há as que elogiam o ato, como a primeira: "Viajar expande a nossa capacidade de simpatia, redimindo-nos da reclusão e da modorra dos limites da nossa personalidade." (CG) Título: Dicionário do Viajante Insólito Autor: Moacyr Scliar Preço: R$ 26, na livraria Cultura, tel. (011) 285-4033 Texto Anterior: Moacyr Scliar resgata literatura de viagem Próximo Texto: British revoluciona seus aviões Índice |
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