São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 1995![]() |
![]() |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Graziano quer lei para facilitar reforma
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O novo presidente do Incra, Francisco Graziano, anunciou que proporá mudanças na Constituição, na lei ordinária sobre reforma agrária e na cobrança do Imposto Territorial Rural. "A legislação agrária terá de ser aprimorada para agilizar as desapropriações", disse Graziano no discurso de posse.O presidente do Incra ainda não definiu quais alterações na Constituição vai sugerir. Ele definiu, no entanto, que deve ser alterado o processo do rito sumário na desapropriação de terras para que a imissão de posse para o governo ganhe agilidade. O processo de rito sumário é a adoção de procedimentos jurídicos que possibilitam ao governo agilizar a decretação do uso de terras tidas como improdutivas para fins de reforma agrária. Quanto ao imposto, Graziano disse que procurará interferir no Congresso, onde já tramita a reforma tributária, para que haja "um substancial e escandaloso" aumento do tributo sobre terras improdutivas. "Não é possível que enormes faixas de terra continuem pagando uma ninharia", disse. Na solenidade de transmissão do cargo, o presidente do Incra afirmou que vai elaborar um novo cadastro de latifúndios para serem desapropriados e destinados aos assentamentos. "É inaceitável que se mantenham reservas de valor em terra ao lado de tanta pobreza na sociedade. Essas terras serão desapropriadas", disse Graziano. Segundo ele, o lema do Incra será: "dialogar, reformar e assentar". "Não há pacto a ser feito com os especuladores de terras". Para cumprir a meta de FHC de assentar 280 mil famílias até o fim do governo, Graziano espera receber neste ano R$ 85 milhões de suplementação orçamentária. O presidente do Incra considera que a violência e "atitudes extremas" prejudicam a execução da reforma agrária no Brasil. "A violência, parta de onde partir, deve ser abominada sempre. Nenhum sem-terra ou com-terra tem o direito de intimidar seu semelhante", disse. Segundo ele, a solução para os conflitos é fazer os assentamentos necessários. O ministro da Agricultura, José Eduardo Andrade Vieira, afirmou durante a posse que a meta da reforma agrária é de todo o governo. "Não há desgaste para esse ministro nessa mudança", disse. "Alguns me acusam de conservador. O Ciro Gomes (ex-ministro da Fazenda) disse que sou arquiconservador. Eu sou é um reformador", afirmou. Texto Anterior: Ministro reduz meta de FHC Próximo Texto: Justiça administra conflitos agrários Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |