São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 1995![]() |
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Grupo católico ajudou bispo
XICO SÁ
A L&C, responsável pela administração de rádios católicas, ganhou 5% (US$ 2,25 milhões) do valor da compra, por ter funcionado como intermediária, em 1989. Álvaro Almeida, diretor da L&C, lembra da situação irônica: "Estávamos, sem saber naquele momento, servindo ao futuro inimigo da Igreja Católica". O negócio de US$ 45 milhões foi cercado de mistério. Os ex-proprietários da emissora, o grupo Machado de Carvalho e o apresentador Silvio Santos, somente depois souberam que haviam vendido a Record para a Universal. Na reunião em que foi fechado o negócio, o pastor e hoje deputado federal Laprovita Vieira (PPB-RJ) tentava esconder a sua condição de representante de Macedo a todo custo. A tática do pastor, segundo relato de testemunhas da negociação, foi acender um cigarro atrás do outro (prática mal vista na Universal) e utilizar palavras pouco recomendáveis para um religioso. Vieira, considerado o principal político ligado à igreja, estava acompanhado do empresário paulista Alberto Haddad, que também representava o bispo nos encontros com os donos da Record. "Eu comprei a TV para o bispo", contou Haddad. "Tivemos o cuidado de manter o mistério até o fim, poderia ser que atrapalhasse o fato de envolver uma igreja que enfrentava preconceitos". A história da compra começou no início de 89, em um encontro de Haddad com o bispo Macedo, em um vôo da ponte aérea Rio-São Paulo. Para ter sucesso no empreendimento, Haddad buscou a ajuda do grupo católico L&C, que mantinha bom relacionamento com os proprietários da Record. Negócio feito, a L&C ficou com a sua comissão e Haddad obteve a garantia do bispo de que seria o "candidato exclusivo" da igreja a deputado federal, em 90. O bispo cumpriu a promessa: Haddad foi eleito com 38 mil votos. Texto Anterior: Hargreaves mediou transferência da Record Próximo Texto: Evangélicos trocam notas com acusações Índice |
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