São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 1995
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Ministro defende autonomia sobre venda da Vale

FRANCISCO SANTOS
ENVIADO ESPECIAL A VITÓRIA

O ministro das Minas e Energia, Raimundo Brito, disse ontem aceitar que o Congresso Nacional acompanhe o processo de privatização da Companhia Vale do Rio Doce mas demonstrou não concordar com a idéia de que os parlamentares decidam sobre se a empresa deve ou não ser vendida.
"No Estado brasileiro existem espaços perfeitamente delimitados entre os diversos poderes. Isso, obviamente, tem sempre que ser respeitado", afirmou, em resposta a uma pergunta sobre se aceitava que o Legislativo interferisse diretamente na venda da Vale.
Tramita no Senado projeto do senador José Eduardo Dutra (PT-SE) que obriga o governo a submeter a venda da Vale ao Congresso.
Brito disse que se reuniu com o relator do projeto, senador Ney Suassuna (PMDB-PB).
Coréia do Sul
Raimundo Brito falou sobre a privatização da Vale em Vitória (ES), pouco depois de participar do lançamento da pedra fundamental de uma usina de pelotização de minério de ferro que a estatal vai construir no porto de Tubarão, na capital capixaba.
A usina, orçada em US$ 215 milhões, será construída pela Vale em associação com a suderúrgica Posco (Pohang Iron & Steel Co. Ltd.), da Coréia do Sul.
A fábrica produzirá a partir de 1998 quatro milhões de toneladas de minério de ferro em pelotas por ano. A pelotização é um processo de aglutinação de minério de ferro fino, para valorizá-lo.
A Posco vai comprar 2,5 milhões de toneladas/ano da produção da usina. A siderúrgica sul-coreana terá a partir daquele ano uma produção anual de aço de 28 milhões de toneladas, mais que o produzido atualmente por toda a siderurgia brasileira.
A Vale já opera no porto de Tubarão seis usinas de pelotização, sendo duas totalmente suas e quatro em associação. A estatal está também negociando com a Usiminas e Acesita outra usina.

O jornalista FRANCISCO SANTOS viajou a Vitória a convite da Companhia Vale do Rio Doce.

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