São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 1995![]() |
![]() |
Texto Anterior |
Índice
Professores da USP querem cota para negro
FERNANDO ROSSETTI
"Antes de mais nada é necessário admitir que a discriminação existe e que deve haver políticas afirmativas para superar isso", afirmou a ex-senadora (1992-95) e professora titular de sociologia na USP, Eva Blay. Para ela, seria necessário, inclusive, criar cursos especializados para que os negros pudessem "se preparar e enfrentar o vestibular em igualdade de condições". "Os discriminados tem que ser tratados desigualmente para superar a desigualdade", disse Sueli Carneiro, filósofa pela USP, do Instituto da Mulher Negra. O professor titular de história da USP, José Carlos Meihy, disse que há cinco anos não tem um negro em suas aulas. "Está difícil termos até a possibilidade de dialogar com esses grupos." Blay e Carneiro apresentaram estatísticas que mostram a desigualdade econômica da mulher negra na sociedade brasileira. Pelos dados do IBGE, vivem na miséria 20% dos homens brancos, 37% dos negros, 38% das mulheres brancas e 59% das negras. Meihy -que é branco- fez a fala mais polêmica: apresentou a personagem -negra, que teve filhos com quatro homens brancos- de seu livro "Cinderela Negra - A Saga de Carolina Maria de Jesus", em co-autoria com Robert Levine (1994, Editora UFRJ). Última aula do curso sobre racismo: hoje, às 16h30, vídeo "Raça Negra" e palestra de Marionilde Magalhães, no Auditório da História da USP. Texto Anterior: Pacaembu sedia campeonato de esqui sem neve na semana que vem Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |