São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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IGP-M de setembro tem deflação de 0,71%

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

O IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) de setembro registrou deflação de 0,71%, anunciou ontem a Fundação Getúlio Vargas, responsável pela pesquisa.
Deflação significa queda nominal dos preços médios pesquisados. É diferente de desinflação, que é a redução do ritmo de alta dos preços (quando as taxas de inflação são cada vez mais baixas).
É a primeira deflação no IGP-M, criado em 1989. O IGP (Índice Geral de Preços) tradicional, que tem igual metodologia, apontou deflação pela última vez em abril de 1986, no Cruzado.
A deflação de 0,71% foi registrada no período de 21 de agosto a 20 de setembro, cujos preços médios foram comparados com os do mesmo período imediatamente anterior (21 de julho a 20 de agosto).
Antes que o IGP-M apontasse essa deflação, os outros IGPs, medidos em períodos diferentes, vinham mostrando taxas declinantes de inflação.
O IGP-M de agosto deu 2,20% e o IGP do mesmo mês, cuja coleta de preços em cerca de 30 dias avançou mais, ficou em 1,29%. O IGP-10, com pesquisa encerrada no dia 10 de setembro, baixou para 0,12%.
O grande responsável por essa deflação foram os preços no atacado, coletados pelo IPA, um dos componentes tanto do IGP-M quanto do IGP e do IGP-10.
Os vários IGPs são uma média ponderada do IPA nacional, com peso 6, do IPC (preços ao consumidor no Rio e em São Paulo), com peso 3, e do INCC (Índice Nacional do Custo da Construção), com peso 1.
No IGP-M de setembro, o IPA deu -1,58%, o IPC +0,41%, e o INCC, +0,46%. Acumula 12,49% em 95 e 18,79% em 12 meses.
Há economistas que vêem nessa deflação apontada pelo IGP-M um lado negativo porque comprovaria a recessão na economia.
A deflação geralmente ocorre quando a oferta de bens supera a procura. Com dificuldades para vender e enfrentando forte concorrência, as empresas são forçadas a baixar os preços.
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, considera a queda de preços do IGP-M um episódio esporádico. Deflação, diz ele, é um processo continuado de queda, o que não estaria ocorrendo.

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