São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 1995
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Nova poupança é pouco procurada

GUSTAVO PATÚ
CARI RODRIGUES

GUSTAVO PATÚ; CARI RODRIGUES; ALEX RIBEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A primeira semana da nova caderneta de poupança vinculada à aquisição de imóveis, que começou a operar neste mês, decepcionou o governo. Segundo dados do Banco Central, a captação média diária da nova poupança foi de R$ 150 mil.
Como comparação, a caderneta tradicional, que oferece o mesmo rendimento da vinculada -TR (Taxa Referencial) mais 6% anuais-, movimenta diariamente volumes superiores a R$ 500 milhões.
Segundo o BC, até o último dia 22 a poupança vinculada recebeu R$ 1,079 milhão em depósitos.
A Caixa Econômica Federal, principal operadora da caderneta vinculada, possui 1.792 agências -ou seja, a captação média por agência da CEF não ultrapassa R$ 602 desde que o novo investimento foi lançado.
Apesar de se tratar de uma aplicação de longo prazo -a poupança é de, no mínimo, três anos para a obtenção de um financiamento habitacional-, houve retiradas de R$ 27 mil já na primeira semana da caderneta, que agora soma um patrimônio de R$ 1,052 milhão.
Na avaliação do BC, a rejeição pode ser explicada pela falta de hábito do público em aplicar a longo prazo. Essa é uma prática, acredita-se, que só será desenvolvida com a continuidade da estabilidade econômica.
Loyola
O presidente do BC, Gustavo Loyola, disse que o governo poderá estudar a isenção dos 5% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) cobrado na captação de recursos externos para financiamentos imobiliários.
O presidente da CEF, Sérgio Cutolo, anunciou estudos para reduzir o prazo mínimo de aplicação na poupança vinculada.

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