São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 1995
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CBF cancela jogo e fica com US$ 456 mil

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

A Confederação Brasileira de Futebol decidiu ontem não enviar a seleção brasileira para disputar amistoso contra a Líbia, na próxima quarta-feira, em Trípoli (capital líbia).
O anúncio foi feito no Rio pelo presidente da entidade, Ricardo Teixeira. "Três dias antes de embarcar, não sabemos nem como a seleção chegaria a Trípoli", disse.
Teixeira disse que a entidade não devolverá os US$ 456 mil já pagos pelos organizadores da partida: o jornal esportivo árabe "Dar El Ssada" e o governo líbio.
O amistoso foi marcado, inicialmente, para 6 de setembro, na semana de comemoração do aniversário de ascensão ao poder do governante líbio, Muammar Gadafi.
A pedido dos líbios, que alegaram atraso de obras no estádio, foi transferido para 4 de outubro.
A CBF adicionou cláusula ao contrato, estipulando que novo adiamento a pedido dos organizadores significaria que o jogo foi realizado -portanto, o cachê não seria devolvido.
Ricardo Teixeira afirmou ontem que os organizadores pediram novo adiamento. "Nós nos sentimos desobrigados de realizar o jogo".
O presidente da CBF disse que vai "estudar nova data para, eventualmente, realizar a partida". Não há compromisso, no entanto, de a seleção brasileira jogar.
O editor-chefe do escritório brasileiro do "Dar El Ssada", Carlos Morino, negou que os promotores do amistoso tivessem pedido novo adiamento.
Morino disse que soube pela TV da possibilidade de a CBF desistir do jogo.
Ele disse que a CBF tinha sido informada sobre o roteiro: depois de vôo para Roma, a delegação embarcaria num vôo fretado para Djerba, na Tunísia, de onde viajaria 100 km por terra até Trípoli.
Nenhum vôo pode pousar na Líbia, devido ao embargo aéreo decretado pela ONU (Organização das Nações Unidas), que acusa o governo de Gadafi de envolvimento com terrorismo.
Morino acredita que Teixeira marcará nova data para o jogo. Ele descartou processo contra a CBF.
Os palestinos foram expulsos como represália de Gadafi ao acordo entre Israel e a Organização Para a Libertação da Palestina sobre a autonomia dos palestinos, considerado lesivo aos árabes.

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