São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 1995![]() |
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Folclore e Aeronáutica brigam por espaço
HELOISA BOURROUL
A mudança do Museu do Folclore foi incentivada pela direção do Museu da Aeronáutica. Fechado há oito anos, ele reabriria com um auditório novo, construído no espaço ocupado pelo folclore. A briga está suspensa desde a semana passada: o Contru interditou o prédio que abriga os dois museus, por falta de segurança. Desde 1947, o Museu do Folclore mantém uma documentação em slides, filmes VHS e uma biblioteca de 6 mil livros e 5.500 periódicos especializados além de cursos e oficinas regulares. A diretora do Museu do Folclore, Niomar de Souza Pereira, diz ter se surpreendido com a possível mudança. Segundo Niomar, quando o secretário anunciou que o museu mudaria, fez uma visita ao local e constatou que seria difícil encontrar outro lugar para abrigá-lo. "São 1.800 metros quadrados de exposição mais a reserva técnica", diz a diretora. O novo local a abrigar o museu do folclore seria um espaço na marquise do Ibirapuera, com 1.400 metros quadrados. "Depois que fui ao museu vi que não seria possível colocá-lo lá", afirma o secretário Zulauf. O presidente da Fundação Santos Dumont, que controla o Museu da Aeronáutica, o ex-deputado Roberto Cardoso Alves, diz que agora mudou de idéia. "Não quero saber de auditório mais", diz. Ele afirma que quer reformar o museu para reabri-lo em dois ou três meses e admite a convivência com o outro museu. O parque do Ibirapuera também abriga um símbolo do desperdício. A antiga sede da Prefeitura, atualmente em reformas, abrigaria o Museu da Imigração. A idéia foi abandonada e o museu -que ainda nem começou a funcionar- transferido para a antiga hospedaria de imigrantes na zona leste. O secretário de Estado da Cultura, Marcos Mendonça, afirma que o espaço do Ibirapuera será usado em atividades de sua secretaria. "Podemos montar lá um show-room da cultura paulistana, com amostra de tudo o que está acontecendo na cidade", planeja o secretário. A Universidade Livre de Música também pode ocupar parte daquele espaço, segundo Mendonça. É para lá ainda que o secretário imagina transferir a biblioteca hoje abandonada no prédio fechado da rua do Ouvidor. Quando isso será feito, é incerto. Tudo depende do fim da reforma. Por enquanto, há apenas o trabalho de um grupo de estudos. Colaborou a Reportagem Local Texto Anterior: Cultura pública enfrenta a era do despejo Próximo Texto: Mendonça quer prédio público Índice |
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