São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 1995
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Ministro do Exterior da Colômbia nega acusações contra os EUA

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O chanceler colombiano, Rodrigo Pardo, negou ontem que a DEA (agência antidroga dos EUA) e a embaixada americana no país estejam envolvidas no atentado de anteontem em Bogotá, a capital.
O advogado Antonio Cancino foi baleado por pistoleiros. Dois de seus guarda-costas morreram e o seu motorista ficou ferido.
Cancino defende o presidente colombiano, Ernesto Samper, das denúncias de que o cartel de Cali doou US$ 6 milhões para a campanha dele, em 1994.
"A posição oficial do governo não inclui a participação da DEA no atentado", disse Pardo. Ele tentou negar comentário de Horácio Serpa, ministro do Interior.
Segundo Serpa, o ataque confirmaria a suspeita de que haveria uma conspiração nacional e estrangeira para derrubar Samper. Ele citou em especial a DEA e a Embaixada dos EUA em Bogotá.
"Os EUA rejeitam as declarações de algumas autoridades da Colômbia sobre o atentado", disse Janet Reno, secretária (ministra) da Justiça dos Estados Unidos.
A Procuradoria Geral da República da Colômbia também repudiou a afirmação de Serpa. Boletim médico divulgado ontem pelo Hospital Militar, onde Cancino está internado, afirma que "o advogado está bem saúde".
Uma testemunha do atentado disse ao jornal "El Tiempo" que o advogado foi arrancado de seu carro por um pistoleiro.
"Cancino gritava coisas que não consegui entender", disse a testemunha não-identificada.
A polícia até ontem não tinha pistas dos criminosos. Dois suspeitos, segundo policiais, haviam sido detidos anteontem.
O diretor da polícia da Colômbia, general José Serrano, disse que o atentado foi executado pelo cartel de Cali em represália a perseguições aos líderes do cartel.
O Movimento pela Dignidade da Colômbia, grupo até então desconhecido das autoridades colombianas, assumiu o atentado.

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