São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 1995
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Projeto Axé; Cortina de fumaça; Saúde; Turista morto; MP da desindexação; Evangélicos; Grêmio Politécnico; Violência em campo; Remédios

Projeto Axé
"Gostaria de parabenizar a Folha pela publicação, em 19/9, do texto 'Projeto Axé é a imaginação contra a miséria'. Arnaldo Jabor é um escritor sobretudo corajoso, que não hesita diante da oportunidade de pinçar o ponto nevrálgico das questões que aborda. Possui uma visão clara da realidade, mas está sempre disposto a buscar e a comunicar aos seus leitores abordagens não puramente factuais, sendo capaz de oferecer um discurso ao mesmo tempo informativo e rico em alegorias, como em um bom filme. O Projeto Axé foi um perfeito pano de fundo para as suas argumentações. É um exemplo e indica a existência de muitas outras iniciativas que devem ser trazidas à luz."
Agop Kayayan, representante do Unicef no Brasil (Brasília, DF)

Cortina de fumaça
"Na mosca o artigo de Otavio Frias Filho (Folha, 28/9). Assino embaixo. E acrescento as palavras ditas em 1949 pelo economista Ludwig von Mises, o pensador do livre mercado: 'Uma vez que se admita o princípio de que é dever do governo proteger o indivíduo contra suas próprias loucuras, nenhuma objeção séria poderá ser oposta contra novas invasões'."
Mylton Severiano da Silva (São Paulo, SP)

"A respeito do artigo 'Cortina de fumaça', de Otavio Frias Filho, nunca votei (nem pretendo votar) no sr. Paulo Maluf. Elogio e concordo com o perfil do prefeito traçado pelo jornalista. Mas discordo quando ele se refere à lei do 'aqui não se fuma'. Tenho vivido sob o império do mais duro 'nazismo' dos fumantes, que nunca deram a menor bola, nunca tiveram o menor respeito com os não-fumantes. 'Os incomodados que se mudem' foi a resposta mais gentil que sempre ouvi dos fumantes. Agora, confesso, vem a revanche. Gostaria de desfrutar esse prazer (direito?): o de ter a liberdade de respirar, de viver sem baforadas mal-educadas em todos os cantos. Que se cumpra a lei."
Sergio Leopoldo Rodrigues (São Paulo, SP)

Saúde
"Quanto à reportagem de 26/9 da Folha intitulada 'O Orçamento real chega a zerar verba social', ressaltamos que, quanto à saúde, o gasto público no Brasil é da ordem de US$ 70 a US$ 80 por pessoa/ano, enquanto a Argentina gasta pelo menos US$ 280. Segundo dados do Ministério da Saúde, dos R$ 13,9 bilhões previstos no Orçamento de 95, R$ 2,55 bilhões são destinados a pagamento de dívidas com o FAT e despesas de 1994, havendo um rombo a ser coberto de R$ 3 bilhões. É necessário que o discurso eleitoral de priorizar saúde, emprego, educação e geração de alimentos vire realidade."
Eurípedes B. Carvalho, presidente da Federação Nacional dos Médicos (Rio de Janeiro, RJ)

Turista morto
"A Prefeitura do Rio de Janeiro dispensará à família do turista japonês morto após assalto, em 26/9, a mesma atenção dispensada à família de Maria Isabel Monteiro em Nova York?"
Vera Jock Piva (Maringá, PR)

MP da desindexação
"Em artigo publicado em 19/9, o advogado e ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo Odyr Porto enfoca com propriedade 'as incorporações e o resíduo da inflação'. O articulista mostra o 'locupletamento injusto' imposto pela MP da desindexação ao introduzir o desequilíbrio econômico-financeiro nos contratos imobiliários, deixando que o ônus desse desequilíbrio recaia exclusivamente sobre as empresas do setor, que não têm como garantir a recomposição do preço originalmente pactuado com os compradores de imóveis. O autor, inclusive, faz referência ao parecer do professor Miguel Reale, elaborado a pedido do Secovi-SP, enaltecendo o peso do 'maior jurista brasileira contemporâneo', o que reforça nossa convicção de que, ao pleitear ajustes na MP, estamos requerendo um direito constitucional."
Ricardo Yazbek, presidente do Secovi-SP (São Paulo, SP)

Evangélicos
"Não sou evangélico, mas classifico como, no mínimo, discriminatório o fato de a Secretaria da Habitação ter interditado cinco templos da Igreja Universal do Reino de Deus, ao passo que o procedimento adotado em face da falta de segurança na catedral da Sé não foi além das ameaças. Nas palavras do monsenhor Arnaldo Beltrami, 'a prefeitura não vai ser tão irracional com a Igreja Católica ao ponto de lacrar as portas'. Tenho certeza que racionalidade, nesse caso, exige a adoção do mesmo critério para a fiscalização de todas as construções da cidade."
Luciano Francisco Pacheco do Amaral Neto (São Paulo, SP)

Grêmio Politécnico
"Ao ler, neste jornal, a lista de prédios irregulares, estranhei a inclusão da Casa do Politécnico, localizada à rua Afonso Pena, edifício pertencente a esta entidade. O último relatório do Contru sobre o referido prédio foi feito em 1993. Na época, a casa era habitada por famílias que invadiram o prédio e que viviam em péssimas condições. Por isso, o Grêmio Politécnico entrou com pedido de reintegração de posse e, em julho de 1994, a entidade preocupou-se em cuidar da transferência das famílias para um outro local. Atualmente, a Casa do Politécnico está totalmente desabitada, sem energia elétrica e com vigilância contratada pelo grêmio; portanto, não oferecendo perigo à vizinhança. Por esse motivo, peço esclarecimento publicamente ao Contru sobre os critérios para a formulação da tal lista."
Gilberto Alvarez Giusepone Júnior, diretor-tesoureiro do Grêmio Politécnico (São Paulo, SP)

Violência em campo
"Estou indignado com a cena antiesportiva exibida pelo volante Dinho, do Grêmio, contra o jogador do Bragantino no último domingo. Esse jogador -e muitos outros que usam o esporte para liberar seu lado animal- deveria ser banido do futebol. Vamos dar um basta à violência dentro de campo, para depois podermos dar exemplo para aqueles que estão do lado de fora."
Marcos José de Araujo (Barueri, SP)

Remédios
"Quanto à reportagem 'Ministério interdita 53 fabricantes de remédio', de 28/9, colocando nossa empresa no 40º lugar da lista de laboratórios interditados, queremos esclarecer que possuímos tão-somente uma licença do Ministério da Saúde para fabricar. Não operamos ainda. A empresa tem o pedido de registro do seu primeiro produto, portanto ainda não registrado. Consequentemente, interditar quem ainda não começou a trabalhar é um tanto quanto absurdo."
Alita da Silveira Bulcão, sócia-gerente do laboratório O Artífice Ltda. (São Paulo, SP)

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