São Paulo, sábado, 30 de setembro de 1995
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MEC lança projeto de saúde para crianças

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O MEC (Ministério da Educação e do Desporto) inicia em outubro um programa piloto que submeterá 22 mil alunos de 1ª série do 1º grau de seis capitais brasileiras a um check-up completo.
"A área de saúde escolar era um dos símbolos do clientelismo e do desperdício, que distribuía óculos, escovas e pasta de dente sem qualquer critério", afirma José Luiz Portella, 43, presidente da FAE (Fundação de Assistência ao Estudante), órgão do MEC.
O projeto piloto "Saúde do Escolar" será feito em conjunto com secretarias municipais de Saúde e Educação e prevê gasto de R$ 1,4 milhão -R$ 1,2 milhão da FAE.
A idéia é fazer exames médicos completos em alunos que estejam entrando nas redes públicas de ensino de regiões caracterizadas como "bolsões de pobreza" pelo Programa da Comunidade Solidária -presidido por Ruth Cardoso.
Além dos exames -que indicarão se é necessário encaminhar alunos ao sistema de saúde-, haverá também orientação de saúde preventiva para os estudantes.
Todos os resultados dos exames serão encaminhados aos pais.
Segundo Portella, o cálculo é que esse atendimento custará em torno de R$ 66,00 ao ano por estudante (o governo atualmente tenta elevar os gastos por aluno por ano no 1º grau para R$ 300,00).
"Com isso, dá para as prefeituras pagarem tanto as pessoas que farão os exames como os eventuais tratamentos", diz.
Curitiba
Em Curitiba (PR), o programa pretende cobrir 8.000 crianças até o final do ano.
Segundo o projeto de Curitiba, 70% dos estudantes serão de famílias com renda entre 0 e 2 salários mínimos, e, 30%, entre 2 e 5 salários mínimos.
Além de Curitiba, também devem ser incluídos na primeira fase do programa Maceió (AL), Vitória (ES), Boa Vista (RR), Teresina (PI) e Belém (PA).
Nestes locais, a implantação do programa deve se prolongar até o ano que vem.
Se der certo -e as despesas ficarem dentro do previsto-, a FAE pretende expandir o programa para outras cidades.
No orçamento do ano que vem, são previstos recursos de R$ 23 milhões para a rubrica "Saúde Escolar" -o que daria para atender em torno de 350 mil alunos pelo novo sistema.
Para Portella, "este é o programa mais bonito da FAE hoje".
O check-up dos alunos prevê oito exames: 1) sinais vitais (batimento cardíaco, pressão arterial, respiração e, se houver sopro cardíaco, eletrocardiograma, raio X de tórax, ecocardiograma); 2) pondo estatural (peso, altura, nutrição); 3) microhematócrito (para detectar anemias); 4) parasitológico de fezes; 5) oftalmológico; 6) odontológico; 7) auditivo; e 8) saúde mental.

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