São Paulo, segunda-feira, 1 de janeiro de 1996 |
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Às alturas; Isonomia; Mudança de tom; Não cobiçarás; Local estratégico; Imobilizado; Vespeiro; Ano novo; Moderado; Investimento; Balanço; Virando a toga do avesso; Agenda para o ano; Processo continua; Futuro mais distante; Sem 96 não há 98; Votos de ano novo Às alturas O ano começa quente na Câmara. Luís Eduardo deixou para este mês a votação do projeto de resolução que aumenta 30% os salários dos servidores da Casa e eleva na mesma proporção os gastos de R$ 475 milhões previstos para 96. Isonomia O projeto da Câmara aumentando 30% o salário de seus funcionários só copia o que o Senado já fez em dezembro: elevou em R$ 120 milhões suas despesas de R$ 390 milhões sem previsão orçamentária. Sobrou para Serra. Mudança de tom "Minha briga é pessoal com o governador Marcello Alencar. Ele me atacou e eu revidei. A aliança com o PSDB não vai mudar por causa desse fato isolado, porque o governo sabe que nosso apoio é importante". Quem diz é ACM. Não cobiçarás O PSDB tem recebido sinais de petebistas para um casamento em 96. Apesar de tentado, o tucanato pensa duas vezes. Seria o mesmo que declarar guerra ao PFL, que mantém sua maioria na Câmara graças ao bloco com o PTB. Local estratégico São cada vez mais frequentes os telefonemas e almoços de Andrea Calabi, secretário-executivo do Planejamento, e Clóvis Carvalho, ministro da Casa Civil, que quer levá-lo para o Planalto. Serra tenta segurar Calabi no ministério. Imobilizado Mais do que os problemas dos sem-terra, o que os tucanos apontam como a maior deficiência de Andrade Vieira no ministério é ter ficado isolado politicamente, sem força no Congresso para brigar com Fazenda e Planejamento. Vespeiro Apesar da cobiça, a presidência do Incra continua indefinida. Curiosamente, alguns dos mais cotados para a vaga querem manter distância do polêmico órgão. Ano novo Apesar das divergências entre Amin e Bornhausen em Santa Catarina, PFL e PPB vão tentar se coligar para disputar a prefeitura de Florianópolis. Separados, têm menos chances de bater o peemedebista Edson Andrino. Moderado Se depender de Medeiros, da Força Sindical, o caminho para aprovar a reforma da Previdência "será o de pressionar os parlamentares, sem fazer greve". Ele defenderá esse estratégia em reunião com a CUT, em janeiro. Investimento O único departamento do Exército que não sofre cortes no Orçamento do ministro Zenildo de Lucena foi o DEP (Departamento de Ensino e Pesquisa). Neste ano, o investimento do DEP chegou a 5% do orçamento total da Força. Balanço Pesquisas de avaliação mostram FHC em alta e o Congresso em baixa. Presidente saúda militares desejando feliz 1966. Ainda bem que foi apenas uma coincidência. Virando a toga do avesso A frase não é comum na boca do presidente do Supremo, mas foi dita por Sepúlveda Pertence, sobre 96: "Vou continuar na minha vida de agitador". Ele parece que gostou de ter voltado aos tempos de militante estudantil. Agenda para o ano Depois de perder para aliados de FHC o título de detonador de crises para o governo, o PT tenta recuperar terreno em 96. Este mês, lança uma campanha contra a reforma da Previdência e, depois, centra fogo no desemprego. Processo continua FHC está interessado em discutir a relação da mídia com o poder em 96. Vem aí um superseminário, com gente de dentro e fora do país. Destaques: as experiências dos jornais "El País" (da Espanha) e "Le Monde" (da França). Futuro mais distante Vice-governador paulista e possível candidato a sucessor de Covas, Geraldo Alkmin prepara, em 96, o terreno para 98. Prevê que o PSDB, que elegeu 49 prefeitos no Estado em 92 e já tem hoje 72, chegue a 160 prefeituras em 96. Sem 96 não há 98 Avaliação corrente no PT: o ex-prefeito Olívio Dutra é o único candidato capaz de manter a Prefeitura de Porto Alegre nas mãos do partido. Olívio prefere tentar o governo estadual, em 98. A pressão sobre ele começa já este mês. Votos de ano novo Francisco Rossi acha que o Congresso não dará a Maluf a reeleição. O pedetista acha que o candidato do prefeito será Celso Pitta. "Ele tem andado muito pela periferia. É coisa de candidato." TIROTEIO Do vice-líder do PSDB na Câmara, Artur Virgílio (AM), respondendo à declaração do presidente do PT, José Dirceu, de que a eventual nomeação de Vadão Gomes (PPB) para o Ministério da Agricultura seria inaceitável: - Eu temo que, nesse passo, o José Dirceu demita a equipe econômica e nomeie novo ministério. Próximo Texto: Fatos atuais Índice |
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