São Paulo, segunda-feira, 1 de janeiro de 1996
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Economista se recusa a falar

DO ENVIADO ESPECIAL

O economista Renato Ângelo Pereira Tourinho se recusou a falar sobre o caso da conta "fantasma" da TV Bahia e pasta cor-de-rosa.
A Folha o procurou, na empresa Pejota Propaganda e em sua casa, de quarta-feira até o início da noite de anteontem.
Foram 20 telefonemas informando sobre o assunto, além de visitas pessoais. Os empregados da empresa e da casa diziam que ele não poderia atender, que havia saído ou estava viajando.
Em seus depoimentos à Polícia Federal e à Procuradoria da República, Tourinho disse que abriu, como gerente do Citibank, a conta, mas negou que fosse o autor das assinaturas do correntista fictício.
"A afirmativa incorreta, absurda e falsa de que assinei como sendo Hugo Tavares Freire Filho é inaceitável", afirmou.
A assessoria do senador Antônio Carlos Magalhães informou que é um absurdo qualquer tentativa de ligação da conta bancária com a sua campanha eleitoral, em 90.
ACM questiona ainda os laudos apresentados pela PF para concluir que Tourinho e diretores da TV Bahia movimentaram a conta "fantasma".
Para a assessoria do senador, os laudos estão errados e a denúncia não tem fundamento.
A Folha tentou falar com o próprio ACM sobre o assunto, no início da noite de quinta-feira, durante uma cerimônia no Palácio da Aclamação, onde o governador Paulo Souto (PFL) recebia cumprimentos de fim-de-ano de políticos.
Diante da pergunta sobre os casos da conta da TV Bahia e pasta cor-de-rosa, o senador ficou em silêncio. Apenas gesticulou com o rosto demonstrando que não iria responder.
Além dos dois casos, a reportagem da Folha havia feito anteriormente perguntas sobre a relação do PFL com o governo federal. Obteve o mesmo silêncio, embora tivesse insistido no assunto. Sobre o episódio da pasta rosa, ACM já havia criticado a diretoria do Banco Central, a quem culpou pelo vazamento das informações.

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