São Paulo, segunda-feira, 1 de janeiro de 1996
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Grandes fazem o que podem para 1996

ALBERTO HELENA JR.
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Nossos grandes entram no Ano Novo com um pé no chão e outro nas nuvens. Quer dizer, nem todos. O Santos, por exemplo, que renovou o velho chavão na temporada finda, continua com os dois fincados nas areias da Baixada: nem sequer cogitou de alguma contratação mirabolante. Afinal, conseguiu segurar Giovanni, o melhor jogador brasileiro em atividade, o que já representa um investimento milionário. E não apenas ele, mas também praticamente a metade daquele time que encantou o país na fase derradeira do Brasileirão, pois quase todos estavam na Vila por empréstimo.
Foi além: desfez-se de Macedo, um reserva de ouro. E aqui acho que a diretoria peixeira comete uma temeridade em não tentar um avante com as mesmas características do que sai, nem que seja uma das jovens promessas que desabrocham todos os dias por esses brasis. Quem sabe um olho arguto na Copa São Paulo que se aproxima não resolva o caso?
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Na verdade, a falta de grana é tanta que até o milionário Palmeiras-Parmalat plantou-se na sua: trouxe Djalminha e Luisão do Guarani, e, para suprir a ausência de Antônio Carlos, o zagueirão Cláudio, que estava no Flamengo, num troca-troca de resultado discutível, posto que perdeu aí o gringo Mancuso.
Cláudio foi o melhor central do Brasileiro de 94, com a camisa do Guarani, mas naufragou no Flamengo dos sonhos, como, de resto, todas as demais esperanças rubro-negras de 95. Mas é jovem, forte, bom de cabeça e dono de um chute arrasador. Por certo, numa equipe mais equilibrada e harmônica como este Palmeiras, haverá de recuperar-se.
Assim, com Velloso, Cafu, Cláudio, Cléber e Júnior (?); Flávio Conceição (Marquinhos), Amaral, Djalminha e Rivaldo; Muller e Luisão, é o Palmeiras que invade 96 sob os melhores auspícios.
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Já o Corinthians é o que sonha mais alto. E, por isso mesmo, o que corre maiores riscos. A simples menção do nome de Edmundo já diz tudo. Tanto pode ser a redenção como o mergulho nas profundas do inferno. Mas, com Edmundo ou sem Edmundo, continua faltando um artilheiro lá na frente. Nesse caso, Bentinho viria bem a calhar para remir os possíveis pecados futuros. E é aqui que o Corinthians assesta suas baterias, tentando trazê-lo, juntamente com o lateral-direito da Lusa, Zé Maria. E ficaria assim: Ronaldo; Zé Maria, Célio Silva, Alexandre Lopes e Silvinho (André Santos); Bernardo, Zé Elias, Marcelinho e Souza; Edmundo e Bentinho. Sai debaixo!
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Quanto ao São Paulo, quem arriscaria escalar seu time para a nova temporada? É Zetti no gol e Valdir lá na frente; de resto, só incertezas, como, aliás, ocorreu no ano que se foi. Acendeu uma vela a San Giovanni, flertou com Amoroso, mas teve de ficar apenas na promessa de um Gaúcho vindo de Manaus. É o São Paulo da reconstrução do Morumbi.

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