São Paulo, segunda-feira, 1 de janeiro de 1996
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Não há estranheza em Carrie

MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL

O que há de mais curioso no trabalho do cineasta Brian de Palma é que seu terror não se cria no macabro, mas parece vir da idéia de estranheza, do desajuste. Assim como no seminal "Carrie, A Estranha" (Telecine, 23h).
Carrie é uma garota que possui poderes telecinéticos. Ou seja, consegue movimentar objetos com a força da mente.
E se esse é seu dom. A timidez e a repressão são as forças que fazem com que se manifeste como uma decorrência direta dos problemas da adolescência.
Carrie carrega sua transformação de menina em mulher como um peso brutal, desumano. E o fato de possuir poderes reforça, ao menos para ela, a idéia de não pertencer ao mundo. O mundo do colégio, da alegria e das festas.
A habilidade de De Palma está exatamente nessa construção: Carrie não é mais estranha do que qualquer um nos anos que transformam crianças em adultos.

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