São Paulo, segunda-feira, 1 de janeiro de 1996 |
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'Xangô de Baker Street' é fenômeno no setor
LUIZ ANTÔNIO RYFF
Dois meses após ter chegado às livrarias, "O Xangô de Baker Street" já vendeu 250 mil cópias. As tiragens comuns são em torno de 3 mil exemplares. Para escrever o livro, Jô utilizou o trabalho de duas pesquisadoras, que coletaram material sobre a vida no Rio no Segundo Reinado. No fim do livro, um romance cômico-policial, estão listados 73 volumes que serviram de embasamento histórico. Livros que abordam questões de higiene, receitas e até o vocabulário Yorubá. No livro, personagens reais, como o imperador D. Pedro 2º, o poeta Olavo Bilac, a compositora Chiquinha Gonzaga e a atriz francesa Sarah Bernhardt convivem com personagens como Sherlock Holmes -criado pelo escritor inglês Arthur Conan Doyle. Com seu inseparável ajudante, doutor Watson, Holmes vem ao Brasil para desvendar o sumiço de um violino stradivarius. E, aqui, se envolve com investigações sobre assassinatos em série e candomblé, perde a virgindade e experimenta maconha. No final das 343 páginas do livro, um adendo: "Esta é uma obra de ficção. Mesmo as personagens históricas nela apresentadas são tratadas de forma ficcional". Para o mercado, este é um caso à parte. "Não li o livro, independente do seu mérito, ele foi feito por um personagem popularíssimo na TV, e que usou seu programa para fazer marketing. Toda noite ele distribuía livros para a platéia", diz Luciana Villas-Boas, diretora editorial da Record. Jô está elaborando um segundo romance em que também vai misturar personagens reais e fictícios e está previsto para meados de 97. O período irá de 1914 -início da Primeira Guerra Mundial- a 1954 -fim da Era Vargas. Jô tem uma teoria sobre o gosto -do público e dos autores- por esse tipo de literatura. "Começou a haver um interesse muito grande pela história do Brasil. Foi isso que me levou a escrever. Na época da ditadura, só tínhamos noção de uma história filtrada." (LAR) Texto Anterior: Público tem referências Índice |
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