São Paulo, segunda-feira, 1 de janeiro de 1996
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Público tem referências

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA REPORTAGEM LOCAL

Para especialistas, o público de romances históricos é mais sofisticado que o leitor comum. "Existem mil referências culturais que só têm graça para quem as entende", afirma Luciana Villas-Boas.
Para ela, esse tipo de literatura busca um leitor mais elitizado. "Esses livros instruem, mas muitas vezes divertem, com narrativas de trailer", diz.
Ela ressalta que há um tipo de romance histórico mais convencional, em que a história serve de decoração para um enredo. Como a saga de um clã medieval contada por Jean Playdy. "O romance histórico comum visa o público de massa", diz.
O crítico literário e escritor Silviano Santiago discorda. A narrativa linear da biografia convencional não teria a sofisticação de um romance histórico.
"A ficção adquiriu formas muito difíceis para o leitor. As biografias são uma volta à narrativa clássica. Têm começo, meio e fim e contam uma vida, seguem o modelo 'Madame Bovary' (de Flaubert)", diz.
Santiago também é um autor de romances históricos. Publicou, em 95, "Viagem ao México", ficção sobre o escritor francês Antonin Artaud. "É muito interessante trabalhar de maneira ficcional a realidade", diz. Ele já tinha experiência no ramo.
Em 81, inventou um diário de Graciliano Ramos no romance "Em Liberdade". "No Brasil, eu fui o pioneiro em fazer isso. E enfrentei resistência da família de alguns personagens citados", diz.

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