São Paulo, quarta-feira, 3 de janeiro de 1996
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Relator pretende regular emendas "paroquiais"

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O relator-geral do Orçamento da União deste ano, deputado Iberê Ferreira (PFL-RN), vai manter emendas que visem a atender as bases eleitorais dos parlamentares, desde que as obras sejam prioritárias e não contenham ilegalidades.
Essas emendas, chamadas de "paroquiais", não serão cortadas do relatório geral do Orçamento só por terem sido apresentadas por um parlamentar para beneficiar seu município.
Para Ferreira, o fato de uma emenda ser "paroquial" não é suficiente para sua rejeição. Ele disse que deve acolher cerca de metade das 5.500 emendas individuais.
Como serão realizadas eleições municipais este ano, é grande o interesse dos parlamentares em incluir no Orçamento emendas que beneficiem seus municípios, como construção de postos de saúde, estradas, pavimentação de ruas etc.
O relator-geral disse que, durante o recesso do Natal e Ano Novo, recebeu telefonemas de parlamentares. "Pediam para eu não cortar emendas, e eu respondia que faria o possível. Mas não vou incluir emendas para agradar ninguém. Só se tiver recurso e se a obra for prioritária", disse.
Além das emendas individuais, foram apresentadas outras 500 coletivas -por bancadas, governadores, regiões e comissões técnicas da Câmara e do Senado- que serão priorizadas pelo relator.
Ele também quer dar preferência à destinação de recursos para a conclusão de obras paralisadas por falta de recursos.
Elas serão aceitas desde que não estejam na relação do TCU (Tribunal de Contas da União) de obras irregulares.
O Orçamento para 96 é de R$ 312 bilhões. A idéia de Ferreira é que as emendas do Legislativo -individuais e coletivas- totalizem cerca de R$ 3 bilhões.
Um grupo de quatro sub-relatores analisa os aspectos legais e financeiros de cada obra.
"Nenhuma será aprovada se não tiver justificativa, se estiver superfaturada ou tiver qualquer irregularidade", afirmou o relator.
Ferreira quer apresentar seu relatório à Comissão Mista do Orçamento até 31 de janeiro.
Ele depende da aprovação dos sete relatórios setoriais. Ferreira quer que a comissão aprove os relatórios parciais entre 10 e 15 de janeiro.

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