São Paulo, quarta-feira, 3 de janeiro de 1996
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Banco privado começa a administrar o Banerj

AZIZ FILHO
DA SUCURSAL DO RIO

O banco Bozano, Simonsen assinou ontem com o BC (Banco Central) e o governo do Rio um convênio para administrar por um ano o Banerj (Banco do Estado do Rio de Janeiro), primeiro banco público do país que vai ser gerenciado por uma instituição financeira privada.
O presidente do BC, Gustavo Loyola, elogiou o modelo de terceirização, sugestão feita pelo governo do Rio, mas disse que ele não está previsto para o Banespa.
A adoção de uma solução depende de cada caso e da anuência do controlador. "A solução do Banerj foi uma idéia do governo do Rio. O Banespa tem uma negociação à parte, que está andando muito bem, mas não está previsto este tipo de solução", disse Loyola.
O governador Marcello Alencar (PSDB) afirmou que continuará acompanhando as negociações entre o BC e o governo paulista para solucionar a dívida do governo estadual com o banco, deixando claro que exige o mesmo tratamento.
"Também temos ativos ponderáveis para serem negociados se isso for conveniente para o Estado", afirmou.
O secretário estadual de Planejamento, Marco Aurélio Alencar, disse que a dívida estadual com o Banerj é "muito menor" do que no caso do Banespa: "Nossa dívida corresponde a um mês de arrecadação. A de São Paulo com o Banespa representa 12 meses."
Alencar disse que "o setor público é algemado a leis que o impedem de competir de forma ágil". Segundo ele, que fez um retrospecto de sua militância na esquerda, "os empresários de hoje realmente querem distribuir a riqueza".
Um grupo pequeno de funcionários do Banerj protestou, na manhã de ontem, contra terceirização, em frente à sede do Banerj (centro). A presidente ddo sindicato dos bancários, Fernanda Carísio, atribui o pequeno número de pessoas ao Ano Novo.
O sindicato espera cancelar na Justiça a cassação de uma liminr que suspendia o convênio. "A administração do Banerj é uma obrigação do governo estadual, que agora vai pagar uma empresa para fazer isso", afirmou Fernanda.
A sede do Bozano, Simonsen, a cerca de 100 metros do prédio do Banerj, foi esvaziada no início da tarde devido a um telefonema anônimo afirmando que uma bomba explodiria no local.
Cerca de 350 funcionários deixaram os 18 andares do edifício, por recomendação da Secretaria de Segurança, por volta das 14h30. Uma hora depois, após uma vistoria feita por peritos da Polícia Civil.

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