São Paulo, quarta-feira, 3 de janeiro de 1996
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Empreiteiro fixa plano de metas

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O Coritiba Foot Ball Club conseguiu negociar parte de sua dívida de R$ 4 milhões e se prepara para retornar à primeira divisão, após ter ficado afastado por seis anos.
O retorno, segundo o presidente do clube, o empreiteiro Edison Mauad, está sendo aguardado com "ansiedade".
O Coritiba chegou a seu apogeu dez anos atrás, quando foi campeão brasileiro de 85, sobre o time carioca do Bangu.
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Agência Folha - O time estava fora da primeira divisão do Brasileiro desde 89. Qual a expectativa da diretoria?
Edison Mauad - A expectativa é altamente positiva e extremamente comprometedora, porque a luta para chegar à primeira divisão não representa nada perto do que virá pela frente. A luta maior será para não voltar à segunda divisão.
Agência Folha - Quais são as novidades para 96?
Mauad - Ainda não definimos a contratação de novos atletas e nem a permanência ou não do técnico. Tudo isso será decidido pela nova diretoria.
Agência Folha - Que tipo de reforma administrativa está sendo preparada?
Mauad - Tornar uma administração mais profissional, o que o Coritiba não foi até hoje.
O clube era dirigido com paixão, muito mais pela vontade pessoal e ambição do dirigente. Isso tem de acabar. Nós temos que encarar o Coritiba como empresa. Estabelecer metas e criar sistemas para conseguirmos os resultados esperados.
Agência Folha - O clube está buscando patrocinadores para o próximo campeonato?
Mauad - Isso faz parte da nova estratégia. São novos patrocinadores com contratos bem mais elevados. O Coritiba já conseguiu isso no decorrer desses seis meses. A Sanyo, que nos deu um placar eletrônico, é a nossa patrocinadora.
Agência Folha - A que atribui o bom público nos jogos do Coritiba pela segunda divisão do Brasileiro?
Mauad - O clube conseguiu isso por causa dos resultados. Na medida que a torcida começou a acreditar na possibilidade de o clube voltar à primeira divisão, o público retornou.
Se o Brasil ficou surpreso com o número de pessoas, eu também fiquei, só que negativamente.
Agência Folha - Por quê?
Mauad - Esperava a participação de mais pessoas.
Agência Folha - O clube usou alguma tática especial para atrair os torcedores?
Mauad - Absolutamente. No momento em que os resultados no gramado foram conseguidos, o público veio e participou. Apenas pedimos a presença do nosso 12º jogador, e a torcida entendeu. Isso foi preponderante.
Agência Folha - Como ocorreu o saneamento das dívidas do clube?
Mauad - Foi como ter assumido uma empresa falida. Nós colocamos nela um capital de giro, revigoramos a empresa, e ela começou a mostrar resultados. Fizemos uma "operação apaga incêndio" por meio de injeção de dinheiro.
Agência Folha - Quanto foi investido nessa operação apaga incêndio?
Mauad - Nós administramos uma dívida de R$ 4 milhões. Isso não significa que foram investidos os R$ 4 milhões. Uma parte foi renegociada, outra paga, mas ainda não teve retorno. Não deu tempo ainda.

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