São Paulo, quinta-feira, 4 de janeiro de 1996
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Policial depõe sobre morte de jornalista

ADELSON BARBOSA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO PESSOA

O juiz de Execuções Penais de João Pessoa (PB), Hitler Cantalice, vai ouvir amanhã, às 14h, o depoimento do subtenente da PM (Polícia Militar) da Paraíba Edilson Tibúrcio de Andrade.
Anteontem, Andrade divulgou uma carta de 21 páginas datilografadas, na qual acusa o ex-governador da Paraíba e atual deputado federal Wilson Leite Braga (PDT) de ter sido o mandante da morte do empresário e jornalista Paulo Brandão Cavalcanti Filho, ocorrida em 13 de dezembro de 1984.
O subtenente está preso há dois anos em um quartel da PM na cidade de Cabedelo (18 km ao norte de João Pessoa), sob a acusação de envolvimento no assassinato.
Cavalcanti Filho foi morto no momento em que deixava uma fábrica de beneficiamento de plástico, de sua propriedade, no distrito industrial de João Pessoa.
Ele foi atingido por 30 tiros de metralhadora e de revólver calibre 38. Cavalcanti era um dos donos do jornal "Correio da Paraíba", que na época denunciava supostas irregularidades no governo Braga.
O ex-governador chegou a ser indiciado em inquérito da PF (Polícia Federal) como mandante do assassinato. Seu nome foi excluído do processo por falta de provas.
Ontem, o TJ (Tribunal de Justiça) da Paraíba encaminhou uma cópia da carta de Andrade ao Ministério Público.
Outro lado
Wilson Braga negou envolvimento na morte de Cavalcanti Filho e disse estar sendo vítima de "mais uma tentativa de chantagem do jornal 'Correio da Paraíba"'.
Para Braga, o caso voltou à tona porque 96 é ano eleitoral. Ele afirmou que há três dias o diretor-presidente do jornal, Roberto Cavalcanti Ribeiro, teria se encontrado com Andrade na prisão para fazer um acerto financeiro em troca da carta. Ribeiro negou as acusações de Braga.

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