São Paulo, quinta-feira, 4 de janeiro de 1996 |
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D. Lucas estuda candidatura à Academia Brasileira de Letras
FERNANDO MOLICA
D. Lucas afirmou, porém, que irá "tomar alguns conselhos" antes de qualquer decisão. O nome de d. Lucas, cardeal-arcebispo de Salvador (BA), foi lançado informalmente por alguns acadêmicos, entre eles, Marcos Almir Madeira, amigo do presidente da CNBB. Madeira é presidente do Pen Club, entidade que tem d. Lucas entre seus membros. Ontem, d. Lucas afirmou estar surpreso com o lançamento de seu nome. Afirmou estar honrado com a lembrança, mas ressalvou que nunca teve "ambição" ou "pretensão" de integrar a ABL. A vaga que possibilitaria a eleição de d. Lucas foi aberta com a morte, no último dia 31, do poeta Abgar Renault. Uma das mais antigas instituições culturais do país, a ABL tem 40 cadeiras. Como a Academia está em recesso, a vaga só será oficialmente aberta na primeira quinzena de março. Mineiro, d. Lucas publicou oito coletâneas de artigos publicados em diversos jornais do país. "Não sou um escritor, sou um pastor que escreve", afirmou. Autor do prefácio de um dos livros de d. Lucas ("O Alferes e o Presidente"), Marcos Madeira afirmou ser um entusiasta de sua candidatura: "Ele merece a Academia, não há a menor dúvida". Madeira afirmou que uma das vagas da Academia Francesa -instituição que inspirou a criação da ABL- é sempre reservada para um cardeal. Disse também que pelo menos dois bispos já integraram a Academia Brasileira. O presidente da ABL, Antônio Houassis, disse que d. Lucas tem "relações muito cordiais" com diversos integrantes da instituição. Afirmou, porém, que a disputa pela vaga deverá ser muito grande - aúltima vaga na ABL foi preenchida há mais de um ano. Texto Anterior: Presidência da república não comenta Próximo Texto: Drogas podem brecar câncer no ovário Índice |
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