São Paulo, quinta-feira, 4 de janeiro de 1996
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Prefeitura e governo estadual trocam acusações

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário estadual do Meio Ambiente, Fábio Feldmann (PSDB), disse que o curso do rio Pinheiros foi revertido às 17h de anteontem. Ele rebateu as críticas de assessores do prefeito Paulo Maluf (PPB), que acusaram o Estado de retardar a reversão, e criticou o governo municipal.
O bombeamento do Pinheiros para a represa Billings é feito para reduzir o nível de água nos leitos dos rios que cortam a cidade.
A reversão depende de autorização da secretaria porque esse bombeamento leva água poluída para a represa, que abastece a cidade.
"São Paulo não está preparada para a chuva. Todos os janeiros é a mesma situação. Acho que o Maluf fez muito pouco para combater o problema", disse Feldmann.
Fernando Lancha, assessor de imprensa do secretário Reynaldo de Barros (Vias Públicas e Serviços e Obras), disse que a prefeitura canalizou 27 km de córregos na atual administração.
Ele listou também o piscinão do Pacaembu e outras 63 obras no programa da prefeitura de combate a enchentes.
Para João Roberto Rodrigues, assessor de Feldmann, a canalização de córregos não resolve o problema. "Isso só transfere a enchente para outro ponto."
A solução, na visão da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, seria a prefeitura regulamentar o uso do solo para reduzir a impermeabilização. Quanto maior a urbanização, menor é a absorção da água da chuva pelo solo.
Controle
Rodrigues disse que os computadores da Eletropaulo recebem informações de hora em hora de 17 postos pluviométricos da Grande São Paulo e da Estação Meteorológica de Bauru.
Essas informações são processadas. Toda vez que a vazão do Tietê vai chegar a 160 m³ na próxima hora ou o nível do Pinheiros vai subir 30 cm começa o bombeamento para reduzir o risco de enchente. Foi o que aconteceu anteontem, segundo Rodrigues.

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