São Paulo, quinta-feira, 4 de janeiro de 1996
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Grupo saqueia carros e ônibus 'ilhados'

DA REPORTAGEM LOCAL

Um grupo de moradores da favela da avenida Luis Carlos Berrini, na zona sul, aproveitou o alagamento da pista para assaltar motoristas de carros e passageiros de ônibus ontem à noite.
Sete carros da PM chegaram ao local por volta das 21h30, mas não conseguiram prender os ladrões.
O alagamento da avenida atingiu meio metro em alguns pontos.
A água começou a ceder por voltas das 20h30, mas o trânsito permanecia congestionado na pista sentido avenida Bandeirantes-Marginal Pinheiros. O motivo era a ação dos ladrões. Eles impediram a passagem de ônibus e assaltaram seus passageiros.
Armados com pedaços de pau e revólveres, assaltaram também as pessoas que tentavam atravessar o trecho interrompido a pé.
"Levaram a minha carteira, o meu sapato e os meus documentos", disse Jairo João Bento, 37, funcionário do shopping D&D.
Às 20h45, um carro da PM que estava patrulhando a região foi avisado por Bento e mais duas pessoas que também haviam sido vítimas dos ladrões.
Os policiais atravessaram o canteiro na contra-mão e foram até o local onde estava acontecendo o saque.
Depois que os ladrões fugiram, os policias ficaram organizando o trânsito, que permitia a passagem de um carro de cada vez.
O delegado Araribóia Fusita Tavares, 32, plantonista do 96º DP (que fica na própria avenida Berrini), disse que não se lembra de ocorrência semelhante aos assaltos ocorridos ontem.
As pessoas que trabalham nos escritórios da avenida tiveram que esperar cerca de duas horas e meia para poder voltar para casa.
"Fiquei no escritório no escuro até 20h45", disse a comerciária Vanda Berto, 45. Ela teve que descer 15 andares a pé e caminhar cerca de 100 metros para pegar seu Fiat Uno que estava parado em um estacionamento.
A água transformou o local em um lamaçal, mas não chegou a encobrir os carros. Nos escritórios da Nestlê, um grupo de cerca de 15 funcionários ficou ilhado na portaria, entre o estacionamento da empresa e a avenida.
Aproximadamente seis a sete quarteirões da Luiz Carlos Berrini ficaram sem energia elétrica desde as 18h. As 22h, apenas uma parte do bairro tinha luz.
Entre os quarteirões que ficaram sem força, está o do 96º DP. A delegacia não havia registrado até as 22h nenhuma queixa das vítimas do saque.

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