São Paulo, quinta-feira, 4 de janeiro de 1996
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Gal faz última temporada de 'Mina d'Água'

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

Show: Mina d'Água do Meu Canto
Artista: Gal Costa
Onde: Canecão (av. Venceslau Brás, 215, Botafogo. tel. 021/295-3044) Quando: estréia hoje, às 21h30; sextas e sábados, 22h30, e domingos, 21h
Ingressos: R$ 20 a R$ 50

A cantora Gal Costa faz a partir de hoje no Rio o encerramento da temporada do show "Mina d'Água do meu Canto", no qual interpreta o repertório de Chico Buarque e Caetano Veloso e homenageia Tom Jobim.
É um show que a própria Gal chama de "zen", tranquilo, com ênfase na sonoridade das canções e da voz. A cantora assume uma postura de diva e quase não se movimenta no palco.
"É para ver ou ouvir de olhos fechados", afirmou Gal, em entrevista coletiva concedida em sua casa, em São Conrado (zona sul). Aos 50 anos, ela diz que o show exprime a tranquilidade de seu momento de vida.
"Dizem que ao chegar aos 50 as mulheres mudam. Eu não sei, mas acho que estou descobrindo coisas novas, como minha casa em Trancoso, na Bahia, e minha própria vida. Estou cuidando sozinha de mim", disse.
Gal afirmou que deixou o Rio por último por problemas de agenda e não por mágoa diante das reações a seu último show, "O Sorriso do Gato de Alice", quando mostrou os seios no palco. "Foi só agenda, juro. E não vi nada demais naquele show, acho que este é mais radical e ousado", disse.
As canções de Caetano incluídas no show vão de "Milagres do Povo" a "Baby" e "Cajuína". O repertório de Chico é clássico: "Quem Te Viu, Quem Te Vê", "Samba do Grande Amor" e "Morena dos Olhos d'Água". As novidades em relação ao disco ficam no bis: "Folhetim", de Chico, e "Coração Vagabundo", de Caetano.
"Escolhi canções bem ecléticas de Caetano. E gravei Chico porque só tinha interpretado algumas canções dele, e gosto tanto da música de Chico, e as pessoas gostam tanto quando eu canto Chico..."
A homenagem a Tom começa com "Como um Samba de Adeus", a segunda parceria de Chico e Caetano, feita para Jobim. Gal também ensaiou para o espetáculo quatro canções de Jobim. A cantora, que participou do tributo ao compositor no réveillon de Copacabana, disse que "sentiu" a presença de Tom antes de subir ao palco armado na praia.
"Eu só tinha ensaiado 'Águas de Março' três vezes e estava com medo de errar a letra. A Ana Jobim, viúva do Tom, me trouxe a pasta dele com as letras, e ali eu senti que ele estava comigo."
Para 96, Gal planeja cantar canções de Tom em shows pelo Brasil, com direção de Paulo Jobim. Tem também um projeto de gravar um disco revendo a obra de Paulinho da Viola.
"Acho que uma grande cantora tem que gravar os grandes compositores. E eu me acho uma grande cantora. Não sei se sou a melhor do Brasil, isso as pessoas é que têm que saber. Mas sou uma cantora maravilhosa e adoro cantar."

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