São Paulo, quinta-feira, 4 de janeiro de 1996
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Critério questionável; Esclarecimento; O dono da consciência; Primor; Esquecimento; Aborto; Boas festas

Critério questionável
"É questionável o critério utilizado pela Folha para concluir que 'Cesta básica bate recorde do Real' (29/12). No meu ponto de vista está em jogo exclusivamente o preço mínimo dos produtos contidos na cesta básica (R$ 78,05). O valor máximo (R$ 157,20) interessa como informação ao consumidor. Consequentemente, tirar média entre preços mínimos e máximo é critério injusto de avaliação. No mesmo dia em que a Folha publicava essa reportagem falei com algumas donas-de-casa em supermercado de Porto Alegre. Elas trocam informações e compram em três estabelecimentos diferentes, pelo mínimo. O preço máximo é distorção que precisa ser corrigida, pedindo a colaboração dos que podem pagar qualquer preço. É a única maneira de combater a especulação. De qualquer maneira, parabéns à Folha pelo interesse permanentemente demonstrado em acompanhar o desempenho do Real, que refletiu-se inclusive no volume da venda avulsa dos jornais."
Adroaldo Streck, deputado federal pelo PSDB-RS (Porto Alegre, RS)

Resposta do jornalista Eduardo Belo - O critério utilizado não é da Folha. É do Procon e do Dieese de São Paulo, que pesquisam a cesta básica.

Esclarecimento
"Em relação ao artigo intitulado 'IPTU versus obras', publicado neste jornal em 25 de dezembro último, assinado pelo vereador do PT Odilon Guedes, esclarecemos o seguinte: o aumento na arrecadação do IPTU previsto para 1996 é de 9,2%, conforme consta da proposta do Executivo, aprovada pela Câmara Municipal no dia 28 de dezembro, e é decorrente não só da atualização da Planta Genérica de Valores, conforme determina o Código Tributário Nacional, como também do acréscimo de 2% oriundo de novas construções. Pelas contas do vereador, haverá os seguintes aumentos por região da cidade: Jardins, 12,45%; zona Sul, 18,59%; zona Leste, 27,24%; zona Oeste, 7,53%; Centro, 10,17% e zona Norte, 30,75%. Conclusão: há um grosso erro aritmético nisso tudo, pois a média dos aumentos do vereador é de 17,79%, o dobro dos 9,2% reais. Na verdade, não fosse a ânsia e a má-fé em atacar a coerente proposta do Executivo, teria ele verificado que a atualização da Planta Genérica de Valores não incide apenas sobre o valor de terreno, mas também sobre o valor da construção. Isso quer dizer que na periferia, por exemplo, onde o peso do terreno no valor total do imóvel é 20%, o maior aumento, de 30,75%, listado pelo petista resultaria em 10,04% no valor total, e não os mesmos 30,75% como quer fazer crer. Por outro lado, a falsa e inconsequente mensagem de que os ricos pagam menos IPTU que os pobres é desmascarada pelos seguintes dados: nos Jardins localizam-se 9% dos imóveis, que respondem por 23% da arrecadação; a zona Leste, com 28% dos imóveis, contribui com apenas 16%, e na zona Norte a relação é de 14% de imóveis para 11% de arrecadação. Quanto à comparação de investimentos por região versus a arrecadação do IPTU, cumpre esclarecer inicialmente que esse imposto representa menos de 10% do orçamento de 1996, que é de R$ 6,1 bilhões, ou seja, a maior parte dos investimentos realizados na cidade provém de outros recursos que não o IPTU. Em segundo lugar, que a maior parte das obras concluídas na zona Sul foi irresponsavelmente paralisada na gestão do PT, com óbvios prejuízos para a cidade, e tiveram de ser retomadas. Seus benefícios, além do mais, não se restringem às áreas onde se localizam, mas se espalham por toda a cidade. Paradoxalmente, é interessante lembrar que a maior obra considerada pelo desastroso governo do partido do crítico vereador, que é a passagem do Vale do Anhangabaú, por sinal não paga, não fica em nenhuma das regiões 'menos assistidas'. Finalmente, há que se registrar expressivos investimentos feitos na periferia como a avenida Nova Trabalhadores (ligação Jacu-Pêssego), o minianel viário, o viaduto da Mooca, a canalização dos córregos de fundo de vales e outros, todos pagos rigorosamente em dia. Portanto, ao tentar criticar a proposta do Executivo, o vereador do PT Odilon Guedes incorre em elementares erros aritméticos, revela profunda ignorância sobre a legislação que rege o IPTU e demonstra ainda má-fé nas suas colocações. Que o ano novo lhe traga melhores idéias."
Celso Pitta, secretário municipal de Finanças da Prefeitura de São Paulo (São Paulo, SP)

O dono da consciência
"É incrível que um administrador eleito pelo voto democrático como o governador Cristovam Buarque manifeste-se contrário às pesquisas de popularidade; declarando, ainda, que o povo não tem consciência das suas reais necessidades. Senão ele, quem então a terá? Talvez o governador tenha razão nos seus argumentos, do contrário ele não estaria exercendo o cargo para o qual foi eleito."
André Barroso de Melo (Fortaleza, CE)

Primor
"Quero congratular-me com João Sayad pela sua 'Lista de Ano Novo' para o presidente da República. É um primor (a lista). É uma pena que FHC não saiba ler e não fale a linguagem do povo! Embora fale tantas outras línguas, seja sociólogo, escritor etc. Que desperdício!"
Julio Puig (São Paulo, SP)

Esquecimento
"Desde que a Folha deixou de publicar a página de turfe, esqueceu dele como esporte. Prova é o Calendário Esportivo 96 (1º/1): nem uma palavra sobre o 'esporte das rédeas'."
Rui Werneck de Capistrano (Florianópolis, SC)

Aborto
"A Folha declarou que o cardeal Arns é favorável a que mulheres vítimas de estupro façam aborto. Logo em seguida o cardeal, por sua assessoria, declarou que não era bem assim e que continuava fiel à posição da igreja sobre o problema. Quem mentiu? A Folha ou o cardeal? Questiono isso porque, como assinante deste jornal e católico, fico seriamente em dúvida se posso ou não confiar no jornal. A credibilidade de um jornal vem, obrigatoriamente, do seu respeito à verdade. Se o cardeal disse e depois se desdisse é ele que não é confiável para os católicos. Nesse caso, o jornal deveria declarar esse fato para não se desacreditar. Se foi o jornalista que 'interpretou' e/ou deturpou as palavras do cardeal é ele, no caso, que deveria ser chamado e admoestado pela direção."
Antonio Ribeiro de Almeida (Uberlândia, MG)

Boas festas
A Folha retribui as mensagens de boas festas que recebeu de: Fernando Gonçalves, ministro do Tribunal de Contas da União (Brasília, DF); Eurídice e Edson Vidigal, ministro do Superior Tribunal de Justiça (Brasília, DF); Newton Cavalieri, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo (São Paulo, SP); May Nunes de Souza Rubião, assessor da presidência da Metal Leve S.A. Indústria e Comércio (São Paulo, SP); Serviço de Divulgação e Relações Culturais (Usis) do Consulado Americano; Shirley & Jason Hu, Escritório de Informações Governamentais (Taiwan, República da China); Marcio Lacerda, vice-governador do Estado de Mato Grosso; Reinaldo A. De Maria, assessoria de imprensa da OAB-SP (São Paulo, SP).

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