São Paulo, sexta-feira, 5 de janeiro de 1996
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Governo quer adiantar R$ 3,6 bi pela Fepasa

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aceita pagar antecipadamente R$ 3,6 bilhões pela compra da Fepasa (Ferrovias Paulistas S.A.) como forma de viabilizar o saneamento financeiro do Banespa (Banco do Estado de São Paulo).
O dinheiro obtido pela Fepasa seria usado pelo governo paulista para pagar parte do que ele deve ao Banespa que, por sua vez, cobriria parte do seu débito com o BC (Banco Central).
O presidente do BNDES, Luiz Carlos Mendonça de Barros, disse que o pagamento antecipado seria uma forma de apressar uma solução para o Banespa enquanto se faz uma avaliação do real valor da Fepasa.
No final, se a empresa ferroviária valesse menos, o governo paulista devolveria a diferença ao banco. Se o valor fosse maior, receberia o que faltasse.
Ontem, representantes do governo de São Paulo e da Fepasa se reuniram com a direção do BNDES para iniciar as discussões sobre o negócio. Nenhuma das partes quis dar informações ao final da reunião.
Antes, Mendonça de Barros já havia dito que a reunião não seria conclusiva. Ele afirmou que ainda não está definido qual o órgão do governo que comprará a Fepasa. Tanto pode ser a BNDES-Par (BNDES Participações), como até a RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.), com financiamento do BNDES.
O governo de São Paulo quer cerca de R$ 7 bilhões pela Fepasa, sendo R$ 5 bilhões antecipados. Mendonça de Barros disse que pedir esses valores é normal para quem está vendendo, o que não significa que a empresa valha tudo isso.
Mendonça de Barros disse ainda que não há um prazo para a definição do assunto. Segundo ele, o problema é complexo e não pode ser tratado com pressa.
A pressa, segundo Mendonça de Barros, havia no ano passado, quando o governo paulista queria evitar que o BC renovasse o Raet (Regime de Administração Especial Temporária) que impôs ao Banespa em 31 de dezembro de 94.
Como o Raet foi renovado, ele entende que agora há tempo para se discutir a compra da Fepasa.
O presidente do BNDES disse ainda que um recente estudo da consultora Booz Allen concluiu que se a Fepasa fosse arrendada ao setor privado, o arrendamento custaria cerca de R$ 200 milhões, mais o compromisso do novo gestor de investir R$ 1,5 bilhão.
(FS)

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