São Paulo, sexta-feira, 5 de janeiro de 1996
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Agência é sócia em projeto com Vale no PA

ESTANISLAU MARIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

O presidente da CVRD (Companhia Vale do Rio Doce), Francisco Schettino, anunciou ontem em Belém (PA) a entrada do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) na sociedade do projeto Salobo -orçado em US$ 1,5 bilhão.
O BNDES será o terceiro sócio, junto com a Vale e a mineradora sul-africana Anglo-American, no Salobo, cujo investimento supera o projeto Sivam e prevê a instalação em 1996 de um complexo siderúrgico no sul do Pará para processar os minérios extraídos da serra de Carajás.
Cada sócio entrará com US$ 500 milhões. Segundo Schettino, o Salobo será o maior investimento do governo federal neste ano.
Parceria
O presidente da Vale anunciou também uma parceria da empresa com o governo do Estado em um plano de emergência de desenvolvimento do Pará.
A Vale seria parceira do governo estadual em projetos de transportes, de hidrovias, de portos fluviais e florestais.
O presidente da estatal disse que a privatização da Vale não vai atrapalhar os projetos sociais da empresa.
"Os projetos no Pará vão continuar independentemente da privatização. Os novos donos pegam os projetos já em andamento", disse Schettino.
O ex-ministro do Planejamento do governo Itamar Paulo Haddad vai trabalhar junto à Vale no projeto do plano de desenvolvimento para o Pará.
A fase de planejamento deve durar 90 dias. Depois disso, começa a implantação.
"A privatização da empresa vai demorar muito mais que isso", afirmou Schettino.
Segundo Schettino, não está definida ainda a forma de privatização da empresa, cujo patrimônio está avaliado em US$ 14 bilhões.
O presidente confirmou que a idéia mais forte da diretoria da Vale é pulverizar as ações da empresa na hora da venda. Segundo ele, a pulverização das ações não vai beneficiar grupos específicos.
Pelos estudos atuais, cada investidor poderá comprar no máximo 1,5% do capital votante da estatal (ações ordinárias).

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