São Paulo, sexta-feira, 5 de janeiro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Universal tem nova estratégia contra críticas
ANA MARIA MANDIM
As denúncias de sonegação fiscal "serão deixadas para a Justiça", afirmou Rodrigues. A nova orientação da igreja, segundo o bispo, já seria adotada pelo programa "25ª Hora" de ontem, da Rede Record, que falaria apenas sobre "saúde e medicina", e na passeata programada pela Universal para sábado, em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. A decisão de "parar a guerra com a Globo" foi tomada por influência de outros bispos da Universal, descontentes com o envolvimento do nome do presidente Fernando Henrique Cardoso na polêmica. "Não temos o direito de envolver nessa baixaria o nome do mais alto dignitário do nosso país, um homem que tem feito um governo honrado e decente", declarou Rodrigues. "Fica mais bonito falar de Deus. Não devemos passar uma imagem de beligerância, de guerra, e sim, de amor. Afinal, Roberto Marinho também é uma criatura de Deus." Rodrigues afirmou que ele próprio, o bispo Honorilton Gonçalves e o pastor Ronaldo Didini receberam telefonemas de colegas censurando a revelação do encontro com FHC e José Serra (ministro do Planejamento). O encontro, segundo revelou Gonçalves à Folha anteontem, de que teriam participado Didini e Gonçalves, teria acontecido quando FHC, candidato a presidente, ainda não havia começado a subir nas pesquisas de opinião. Rodrigues disse que ele, Gonçalves e Didini resolveram "aceitar o conselho" dos colegas antes de ser criticados pelo conselho de bispos da Universal, que se reunirá em 15 dias, em Israel. A reunião, segundo o bispo, estava marcada há seis meses. Rodrigues também afirmou que muitos fiéis da Universal telefonaram para a TV Record dizendo que preferiam ver os bispos falar de Deus, e não de pessoas. Rodrigues afirmou que, por causa da resolução de "esfriar os ânimos", havia sido ordenado que fossem incineradas 200 faixas contra a família Marinho e a Globo. "Se os fiéis levarem suas próprias faixas, não vamos impedir." O bispo disse que o ato público programado para o Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, não será uma passeata, e sim uma concentração: "Não queremos baderna, punhos cerrados, isso fica bem para os fascistas". Rodrigues espera da Polícia Militar uma ação "à altura do evento" para evitar a "infiltração de elementos provocadores". A Universal prevê o comparecimento de 300 mil pessoas ao Anhangabaú. A convocação está sendo feita nos cerca de 500 templos da Universal no Estado de São Paulo. A igreja está pedindo que os fiéis levem alimentos e agasalhos para as vítimas da enchente. Rodrigues disse que será colocado um caminhão-palanque no Anhangabaú se a prefeitura proibisse a construção de um palanque. O secretário das Administrações Regionais, Arthur Alves Pinto, disse à Folha que o palanque não será permitido. Texto Anterior: Solto acusado de dar golpes na Previdência Próximo Texto: Igreja pretende reunir 500 mil pessoas no Rio Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |