São Paulo, sexta-feira, 5 de janeiro de 1996
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Igreja pretende reunir 500 mil pessoas no Rio

DA SUCURSAL DO RIO; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Representantes da Igreja Universal do Reino de Deus no Rio planejam reunir 500 mil pessoas em passeata no centro da cidade, no sábado.
A Prefeitura do Rio começou a estudar ontem as alterações no tráfego necessárias para a realização do evento.
O representante para assuntos legais da igreja no Rio, Mauro Macedo, disse que a manifestação, denominada "passeata pela democracia e pela liberdade religiosa", envolverá outros evangélicos.
O ato está sendo organizado pelo Conselho de Pastores do Estado do Rio, que, segundo Mauro Macedo, é formado por pastores de várias igrejas pentecostais, entre as quais a Assembléia de Deus.
Segundo ele, caberá a cada grupo de membros de igrejas espalhadas pelo Rio decidir a melhor forma de ir à passeata -marcada para começar às 15h, na Candelária, e seguindo pela avenida Rio Branco, até a Cinelândia.
Em culto ontem à tarde na Igreja Universal de Botafogo (zona sul do Rio), os obreiros da igreja distribuíram pedrinhas para todos os cerca de 60 fiéis que participaram da cerimônia religiosa.
Segundo o pastor Gerson, que comandava o ato, as pedrinhas deveriam ser levadas para a passeata de amanhã. As pedras são um símbolo da luta da Universal contra "o gigante da Rede Globo" -numa referência à história bíblica da luta de David contra Golias.
Brasília
A Igreja Universal está apostando em uma aliança com outros evangélicos para lotar a Esplanada dos Ministérios neste sábado, às 14h, em um ato de "desagravo" ao que chamam de "desmoralização" promovida pela Rede Globo.
Lideranças evangélicas consultadas pela Folha não apóiam a manifestação. "Eu não vou. Se algum fiel me consultar, também não vai", disse o pastor-presidente da Assembléia de Deus no Distrito Federal, Eduardo Sampaio. Ele não foi contactado pela Universal.
O pastor Norton Lages, da Igreja Memorial Batista, foi mais enfático. "Eles (da Universal) envergonham os evangélicos com extorsão do povo e a promessa de curas que não podem proporcionar."
Norton diz que não pode falar em nome de outras igrejas batistas. "Mas minha posição não é incomum entre os membros da Convenção Batista", declarou.

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