São Paulo, sexta-feira, 5 de janeiro de 1996
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CRM convoca 30 médicos para depor

Sindicância apura implantação do PAS

DA REPORTAGEM LOCAL

A implantação do PAS -Plano de Atendimento à Saúde da Prefeitura de São Paulo- está caminhando para um confronto entre o Conselho Regional de Medicina e as autoridades municipais.
Jairo Ramos, diretor do módulo de atendimento Perus-Pirituba -onde está sendo implantado o PAS- disse que não permitirá aos plantonistas do hospital deporem no CRM nas próximas semanas. Ramos alegou que o hospital ficará desfalcado se os médicos forem ao conselho.
O CRM convocou 30 médicos na sindicância que investiga a implantação do PAS e as mortes ocorridas em Pirituba.
José Knoplich, coordenador do PAS e um dos convocados pelo conselho, disse que a prefeitura enviaria um advogado no lugar. Segundo o CRM, o advogado não compareceu.
"O CRM e o sindicato dos médicos estão defendendo os maus profissionais", disse Roberto Paulo Richter, secretário municipal da Saúde. Ele afirmou ter informações que confirmariam supostos casos de doentes graves e cadáveres desviados para Pirituba.
Segundo a direção de Pirituba, ontem à tarde morreu a 15ª pessoa desde que o PAS foi implantado. De acordo com números fornecidos ontem pelo próprio hospital, em quatro dias deste ano ocorreu o equivalente a quase um quarto das mortes registradas em janeiro do ano passado.
O diretor Jairo Ramos atribuiu o aumento ao grande número de acidentes nas estradas.
O hospital-dia de Pirituba, que também faz parte do PAS, permaneceu fechado ontem pelo segundo dia. Segundo a secretaria, a diretora -que não aderiu ao PAS- desapareceu com as chaves do prédio. "O CRM intimidou os psiquiatras e nós ficamos sem médicos", disse Richter.

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