São Paulo, sexta-feira, 5 de janeiro de 1996 |
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Alagamento no Ceagesp causa prejuízo de R$ 1 mi
DA REPORTAGEM LOCAL Mil toneladas de produtos foram atingidas pela enchente que tomou parte do Ceagesp anteontem. O prejuízo está sendo calculado entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão. No total, 300 comerciantes tiveram mercadorias perdidas.O setor mais atingido foi o de frutas, principalmente melancias, abacaxis e coco verde. A água chegou a 1,5 metro de altura. Segundo o chefe da divisão de controle operacional, Afranio Motta, essa área é afetada toda vez que o rio Pinheiros enche. "É uma área muito baixa e tem o refluxo, começa a subir água pelos ralos e em minutos está tudo tomado." O presidente do Sincaesp (Sindicato dos Permissionários em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo), Claudio Ambrosio, culpou o governo por demorar para fazer o bombeamento das águas do rio Pinheiros para a represa Billings. A Eletropaulo diz ter iniciado o bombeamento às 14h50 do dia 2. Segundo o presidente do Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo), Massahaki Shimada, é preciso fazer uma plataforma para as frutas para evitar enchentes. "Em 95, fizemos um projeto para construir a plataforma com os permissionários mas, depois das chuvas, todos esquecem." Esse não é o caso do comerciante Romeu Frugis, 62. Anteontem, ele perdeu R$ 8.000 por causa das chuvas. Sua banca com 240 toneladas de melancia foi tomada pela enchente pelo 13º ano seguido. Frugis disse que este ano o prejuízo foi ainda maior porque estava com o estoque cheio. "Nunca perdi tanta mercadoria", disse. Em 13 anos de enchente, Frugis nunca foi ressarcido dos prejuízos e nem pretende entrar na Justiça. Shimada disse que as pessoas devem tomar cuidado ao comprar frutas, legumes e verduras. "Os produtos estão espalhados por todo o Ceagesp. Tem gente que entra, pega o que sobrou e leva embora, depois vai vender. Não temos como controlar isso", disse. Para Shimada, o ideal é comprar produtos apenas em mercados ou sacolões da prefeitura. "Nesses locais não há risco de encontrar produto contaminado. Deve-se evitar barracas de rua." Ontem pela manhã, a mercadoria atingida pela enchente estava sendo recolhida e seria incinerada. Em seguida, o local seria lavado e desinfetado. O funcionamento do Ceagesp hoje deve ser normal. Segundo Shimada, a perda de mil toneladas de mercadorias pode provocar aumentos leves nos preços de alguns produtos, mas nada "significativo". Antes da chuva, o quilo da melancia no Ceagesp custava entre R$ 0,20 e R$ 0,30. Texto Anterior: PF apura fraude em vestibular da PUC-PR Próximo Texto: Mãe e filha morrem ao cair em córrego Índice |
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