São Paulo, sexta-feira, 5 de janeiro de 1996
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'Medo de não sair vivo é terrível'

DA REPORTAGEM LOCAL

Às 21h de anteontem, no sobrado da aposentada Yeda Souza, 60, na rua Altair, próximo à avenida Aricanduva (zona leste de SP), a parte inferior estava alagada e a água já havia começado a subir os degraus da escadas.
"Estamos todos na parte de cima. Desmontamos os móveis e trouxemos o que deu", afirmou a aposentada, por telefone.
O bairro é atingido por enchentes todos os anos, com o transbordamento do córrego Aricanduva. Por isso, a maioria dos moradores colocou portas de ferro para tentar impedir a entrada da água.
Segundo Yeda, a última enchente no local ocorreu em fevereiro de 95. Anteontem a água atingiu cerca de dois metros de altura, afirmou Yeda.
"A gente fica em casa porque não tem jeito de sair. O medo de não saber nadar, de não sair vivo dessa sujeira é terrível, só vendo para sentir", disse.
Morador do Butantã (zona oeste), o estudante Léo Satoshi Ando, 21, deu mais sorte. Ele conseguiu chegar em casa, mas ficou mais de uma hora parado no trânsito, num percurso que leva, no máximo, 20 minutos.
"Saí do cursinho, na Liberdade (região central), pouco depois do começo da chuva", afirmou. Sato disse que o trecho mais congestionado foi da avenida Rebouças e ponte Eusébio Matoso.

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