São Paulo, sexta-feira, 5 de janeiro de 1996
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"Mulher do bote" tem febre e sinusite

Volta para casa demorou 5 horas

DA REDAÇÃO

Maria Cristina Cabral, a moça flagrada pela Folha anteontem saindo da USP em um bote, não conseguiu ir trabalhar ontem.
Catalogadora do Museu de Arte Contemporânea (MAC), ela conta que passou a noite toda com febre e sinusite.
"Faz 12 anos que estudo e trabalho na USP e nunca tinha visto nada igual", afirma Maria Cristina, 35. Ela demorou cinco horas para chegar em casa, em Pinheiros (zona oeste), em um trajeto que leva "uma hora, em dia de trânsito".
A chuva começou a atrapalhar a vida de Maria Cristina às 17h30, quando acabou a luz no MAC. Ela parou de trabalhar mais cedo, pegou um ônibus na frente do museu, desceu e foi andando a pé com água pela cintura, até encontrar operários com um bote.
Maria Cristina foi navegando até a rua Alvarenga, na saída da USP. Atravessou a ponte da Cidade Universitária, rumo à praça Pan-Americana, onde parou para comer no McDonald's. Só então achou um táxi.
Quando chegou em casa, encontrou ainda a escada do prédio molhada pela chuva que vazou do telhado. Maria Cristina diz que, perdida nas águas, sentiu raiva.
"Não tem ninguém para ajudar: bombeiro, policial ou funcionário da prefeitura. Se não dá para fazer obras de prevenção, deveriam organizar equipes de socorro. É o descaso total com as pessoas. Mais do que medo, dá muita raiva", diz.

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