São Paulo, sexta-feira, 5 de janeiro de 1996
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Fim das enchente é utopia, diz Covas

GEORGE ALONSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O paulistano deve aprender a conviver com as enchentes. É o que pensa o governador paulista, Mário Covas (PSDB), sobre as inundações na cidade de São Paulo, que -como o Carnaval- se repetem no início de cada ano.
"Todo mundo sabe que, em São Paulo, toda água corre para um único ralo, o rio Tietê. É muito difícil evitar enchente. Com obras, você pode minorar essa coisa. Mas chegarmos um dia a dizer que nunca mais haverá enchente -isso é utópico", afirmou Covas.
O governador disse também que "não há cidade no mundo sem enchente". "Você vê na TV, no cinema, cidades americanas com infra-estrutura abundante que, volta e meia, acabam submersas. Choveu, não tem jeito", declarou.
Covas fez uma exposição sobre as causas das enchentes, repetindo algumas idéias conhecidas -entre elas a de que a impermeabilização do solo, com o asfalto, impede a absorção das águas pela terra.
Embora os secretários dos governos do Estado e da prefeitura tenham trocado acusações, Covas evitou atritar-se com o prefeito Paulo Maluf (PPB), um dos construtores das avenidas marginais, que ocupam a várzea do Tietê.
"Se não tivessem sido feitas, São Paulo não andaria. São Paulo tem 4 milhões de veículos, o dobro de Nova York", disse.

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