São Paulo, sexta-feira, 5 de janeiro de 1996
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'Esqueça Paris' salta da comédia à patetice

DANIELA ROCHA
DA REDAÇÃO

Filme: Esqueça Paris
Produção: EUA, 1995
Diretor: Billy Crystal
Elenco: Billy Crystal e Debra Winger
Estréia: hoje, nos cines Belas Artes, Metrópole e circuito

Duas comédias que têm em comum um par romântico e Paris como cenário foram lançadas praticamente ao mesmo tempo no ano passado nos EUA e agora chegam ao Brasil. Primeiro foi o engraçadinho "Surpresas do Coração". Depois, "Esqueça Paris". O entusiasmo do público durou pouco, apesar de serem duas estréias bastante esperadas. O motivo da expectativa talvez seja o mesmo: duas comédias românticas que reuniam nomes de peso no elenco- Meg Ryan e Kevin Kline, em "Surpresas do Coração", e Billy Crystal e Debra Winger, em "Esqueça Paris".
No Brasil, "Surpresas do Coração" foi um lançamento sem grande impacto. A estréia de "Esqueça Paris" também chega sem muito barulho.
A história traz um árbitro de basquete, Mickey Gordon (Crystal), que encontra por acaso a relações públicas americana que trabalha para uma companhia aérea em Paris Ellen Andrews (Winger). Sob o impacto da descoberta de estarem ambos sozinhos, eles deixam de lado suas idiossincrasias e vivem ali mesmo uma lua-de-mel.
Como a realidade é cruel até em alguns filmes de Hollywood, ele quer voltar ao seu time de basquete, seu hambúrguer, sua TV e sua casa nos EUA. Ela, totalmente adaptada a Paris, é forçada a largar tudo para ficar com ele.
Não deu certo. Ela paga caro por sua infelicidade e decide voltar a Paris, para angústia dele.
Em resumo, apesar de Crystal tentar usar a fórmula do sucesso de "Harry e Sally - Feitos um para o Outro" -roteiro de romance e humor-, em seu "Esqueça Paris", a situação do casal é patética e o resultado é infeliz não apenas para os protagonistas.
Os desencontros se seguem e boas chances de fazer rir ficam perdidas em uma série de discussões chatas de casal.
A Paris do título é a metáfora do romance, que, ao contrário de "Surpresas do Coração", é frustrado neste "Esqueça Paris".
Talvez a única graça que sobrevive no filme seja a narração de toda a história feita por três casais, que marcaram um encontro com Gordon e Andrews e só no final descobrem se vão encontrá-los juntos ou não. Corrida a hora e meia de tentativas para ficarem juntos, o suspense final talvez venha tarde demais para salvar o filme.

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