São Paulo, sexta-feira, 5 de janeiro de 1996
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'Free Willy 2' repete apelo ao politicamente correto

PAULA MEDEIROS DE OLIVEIRA
DA REDAÇÃO

Filme: Free Willy 2
Diretor: Dwight Little
Elenco: Jason James Richter, Francis Capra e Mary Kate Schellhardt
Estréia: hoje, nos cines Liberty, Butantã 2, Olido 2 e circuito

O animal de estimação de Jesse (Jason James Richter) pesa mais de uma tonelada, adora focas e carinho na língua. A orca de barbatana deformada pelo cativeiro e seu corajoso amigo estão de volta em "Free Willy 2", que estréia hoje em todo o Brasil.
Os produtores apostaram na fórmula que rendeu US$ 150 milhões em 93, quando foi lançado "Free Willy", mas não conseguiram repetir a façanha. O primeiro conseguia emocionar mais. O novo faz a linha "mais politicamente correto, impossível".
A ecologia é o tema da nova versão sobre os dois solitários que se ajudam (e se ajustam) mutuamente. O vilão da história é um cargueiro carregado de óleo, guiado por um comandante prepotente, que não mede esforços para cumprir sua missão.
Os dois anos que separam as produções não foram suficientes para que Jesse se ajustasse perfeitamente à sua família adotiva. O garoto, que agora tem 15 anos, continua remoendo angústias, agravadas com a adolescência.
Jesse descobre que sua mãe verdadeira morreu e deixou um meio-irmão, Elvis (Francis Capra), tão carente quanto ele. Os dois passam quase todo o tempo se estranhando.
Durante uma viagem com os pais adotivos e Elvis, Jesse reencontra Willy. A baleia vive feliz com a mãe, os irmãos e um bando de outras orcas. A paz em que vive a família de baleias é quebrada, quando o navio encalha, e o casco se abre, tingindo de óleo o mar.
A namoradinha de Jesse, Nadine (Mary Kate Schellhardt), percebe o tamanho do desastre e lamenta, lacrimosa, o destino dos pássaros, peixes e baleias que habitam a região. O tom é piegas demais.
São verdadeiras as orcas que aparecem brincando nas bonitas cenas de abertura e fechamento do filme. Mas as baleias confinadas em uma baía são réplicas robotizadas em tamanho natural.
Entre outras qualidades, Jesse tem ouvidos tão sensíveis, que é capaz de reconhecer o canto de Willy em uma gravação. E é espantoso como a orca consegue identificar, no som da gaita, a aproximação do amigo.
As crianças devem gostar menos dessa história em que os desafios para salvar o planeta não emocionam, o romance teen é insosso e o irmão mais novo acha que "meninas são o inimigo".

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