São Paulo, sexta-feira, 5 de janeiro de 1996 |
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Geléia geral A possibilidade de formação de um bloco político do PSDB com o PPB não chega a surpreender, se avaliada à luz das propostas hoje defendidas por ambas agremiações. Mas essa naturalidade com que se identificam em diferentes partidos programas mais ou menos similares traz curiosas indagações: quais são os motivos que recortam o quadro político? E, se existe um grande consenso, por que afinal o Brasil não se move mais rapidamente? A primeira questão sugere a resposta não muito abonadora de que a multiplicidade de partidos e grupos não decorre de incompatibilidades programáticas. O que separa a maioria dos políticos não parece ser a adoção de princípios divergentes. Só reconhecendo essa realidade, aliás, é que deixa de causar estranheza a eventual aliança entre o PSDB, formado a partir da oposição ao regime militar, e o PPB, que pode ser identificado como um dos herdeiros daqueles governos. A segunda questão remete às deficiências do processo político nacional, ainda excessivamente entravado por questiúnculas particulares ou locais, quando não pelo jogo desavergonhado do fisiologismo. Até que se dê verdadeira consistência ao sistema partidário, as associações políticas continuarão a lembrar tristemente o movimento de uma geléia geral. Próximo Texto: A dieta dos lucros Índice |
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