São Paulo, sábado, 6 de janeiro de 1996
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Renuncia o chanceler russo Kozirev

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Andrei Kozirev, renunciou ontem ao cargo para se tornar deputado na Duma russa.
O Partido Liberal Democrático lançou seu líder, o neofascista Vladimir Jirinovski, para substituir Kozirev. O presidente Boris Ieltsin deve rejeitar a proposta.
Um porta-voz de Ieltsin afirmou ontem que a política externa da Rússia não sofrerá mudanças com a saída do chanceler. Os Estados Unidos também disseram que não esperam mudanças em relação à política externa no país.
O presidente aceitou a renúncia de Kozirev, que era o membro do governo há mais tempo no cargo. Kozirev era chanceler desde outubro de 1990, antes do fim da União Soviética (1991).
Andrei Kozirev nasceu na Bélgica em 1951, filho de diplomata, e entrou no Ministério das Relações Exteriores russo em 1974.
O vice-ministro Serguei Krilov assumiu o cargo interinamente até a nomeação de um novo chanceler.
A atuação de Kozirev no cargo sempre foi elogiada no Ocidente, mas criticada dentro do país pelos comunistas e nacionalistas.
A principal crítica feita foi em relação à Bósnia. Segundo os nacionalistas, Kozirev permitiu que o Ocidente deixasse a Rússia fora das decisões sobre os Bálcãs.
Kozirev foi obrigado a renunciar porque foi eleito deputado independente no dia 17 de dezembro pela região de Murmansk, próximo ao Ártico.
Ele abandonou o Partido Opção da Rússia no início de 1995 por defender a posição do governo de intervenção na república separatista da Tchetchênia.
Ieltsin já havia anunciado em outubro que iria demitir Kozirev depois de o Parlamento pedir sua demissão. Depois, o presidente decidiu mantê-lo no cargo.
Os principais candidatos à sucessão de Kozirev são o liberal Vladimir Lukin e o assessor de política externa Dmitri Riurikov. Ambos criticaram a política de Kozirev em relação à Bósnia.
Negociações
O premiê russo, Viktor Tchernomirdin, se reuniu ontem com o líder neocomunista, Guennadi Ziuganov. Eles teriam discutido "grande variedade de problemas".
O Partido Comunista ganhou mais de um terço das cadeiras da Duma (equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil) e tem apoio de mais de 10% de membros de outros partidos e independentes.
Especula-se que os dois discutiram mudanças no governo.

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