São Paulo, sábado, 6 de janeiro de 1996
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Governo dos EUA 'reabre' na segunda

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A Câmara dos Representantes (deputados) dos EUA decidiu ontem, por 401 votos a 17, "reabrir" provisoriamente o governo federal do país até o próximo dia 26, enquanto governo e oposição negociam o Orçamento de 1996.
Esperavam-se imediato endosso do Senado e a sanção do presidente Bill Clinton, o que permitirá a retomada da maior parte das atividades do governo, inclusive emissão de vistos, na segunda-feira.
A proposta, apresentada pela bancada da oposição na Câmara, no entanto, ainda vai manter muitas operações federais paradas até o dia 26, embora todos os funcionários públicos voltem a trabalhar e a receber salários.
Além de emissões de vistos e passaportes, também serão retomados projetos de assistência a idosos, crianças, veteranos de guerra e indígenas. Serão reabertos museus, parques e monumentos.
Mas os departamentos do Comércio, Trabalho e Desenvolvimento Urbano, a Agência de Proteção Ambiental e o Instituto Nacional de Saúde continuarão sem verbas para operar.
O Partido Democrata, do governo, denunciou o projeto como cínico, mas resolveu aprová-lo como única alternativa para evitar o aprofundamento da crise que mantinha 780 mil funcionários públicos sem salário.
As lideranças do Partido Republicano tiveram grandes dificuldades para conseguir que suas bases aprovassem esse projeto. A maioria queria manter o governo fechado até um acordo total.
O governo dos EUA está desde 1º de outubro sem Orçamento. Em novembro, ele ficou parcialmente parado por cinco dias. De 16 de dezembro até ontem ficou outros 21. Foram as mais longas interrupções de sua história.
A oposição, que tem maioria no Congresso, tem condicionado a aprovação do Orçamento de 1996 ao equilíbrio nas contas públicas federais em sete anos.
A unidade da oposição foi rompida na semana passada, quando um de seus dois mais importantes líderes, o senador Bob Dole, passou a defender a reabertura.
O outro principal líder da oposição, o presidente da Câmara, Newt Gingrich, ficou isolado e foi forçado a seguir Dole. Mas suas bases, pela segunda vez em 30 dias, se rebelaram contra Gingrich.
O projeto ontem aprovado foi o máximo que Gingrich conseguiu arrancar de suas bases, depois de reunião na madrugada de quinta para sexta-feira, e deixou parlamentares republicanos revoltados.
Dole, provável candidato à Presidência, está sendo apontado como o principal vitorioso com a resolução de ontem. Em novembro, ele também havia sido apontado como responsável pelo fim da paralisação parcial de cinco dias.
O presidente Bill Clinton foi outro que lucrou com o impasse do Orçamento, por ter demonstrado ser capaz de se manter firme diante de grandes pressões.

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