São Paulo, domingo, 7 de janeiro de 1996
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Transe pode durar até 24 horas

CRIS GUTKOSKI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CODÓ

As festas nos terreiros de Codó começam perto da meia-noite, com o som do tambor, e terminam ao amanhecer.
Durante as cinco ou seis horas em que ficam dançando, os pais e filhos-de-santo incorporam os encantados por meio de um transe que lembra um ataque de epilepsia. Os braços abrem, o corpo estremece, os olhos ficam arregalados e a voz, rouca.
A dança feita pelos pais e filhos-de-santo consiste em movimentos circulares do corpo com voltas ao redor de um mastro e muitos ficam cambaleantes antes mesmo de receber o encantado.
"O transe é comparável à hipnose", afirma o antropólogo Sérgio Ferreti, 58, professor da Universidade Federal do Maranhão. Esse estado pode durar até 24 horas. A entidade funcionaria como um intermediário com os deuses. Em transe, os pais e filhos-de-santo aproveitam para conversar com as pessoas, o que funciona como uma consulta.
(CG)

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