São Paulo, domingo, 7 de janeiro de 1996
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DEPOIMENTO

"Não me lembro de ter pensado em ser outra coisa na vida, senão mecânica. Cresci na oficina do meu tio e me interessei naturalmente pelo assunto. Hoje, se ele não está, tomo conta de tudo. Quando alguém precisa, atendo também no local onde o carro quebrou. Minha relação com os homens e as mulheres é diferente. Os homens são mais desconfiados e preconceituosos: muitos não acreditam que a gente saiba fazer o serviço, outros chamam de sapatão. As mulheres, talvez por não entenderem muito de mecânica, parecem se sentir seguras quando encontram outra mulher em um ambiente tão masculino. Ficam mais à vontade para conversar com alguém que fala a linguagem delas. Apesar de trabalhar com short e uma camiseta velha e no fim do dia estar toda suja de graxa, sou muito vaidosa. Se me chamam para uma festa, gosto de estar bonita e perfumada"

Rose Lins, 27, é mecânica.

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