São Paulo, domingo, 7 de janeiro de 1996
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Mulheres são o maior desafio para pesquisadores

DA REPORTAGEM LOCAL

O "fator feminino" (a infertilidade das mulheres) é o principal desafio de médicos e pesquisadores que trabalham com reprodução humana.
"O fantasma passou a ser o ovário", afirmou o médico Édson Borges, 35.
Segundo ele, o mais importante para uma gestação bem-sucedida é a idade da mulher. Até os 32 anos, as probabilidades de sucesso são muito maiores, e, após os 35 anos, começam a diminuir vertiginosamente.
Isso acontece porque a mulher já nasce com os óvulos, que envelhecem, dificultando a fertilização e aumentando o risco de problemas genéticos.
O uso da micromanipulação também está permitindo que o embrião (óvulo fertilizado) seja analisado antes da transferência para o útero para detectar os grandes problemas genéticos.
É uma espécie de biópsia, feita com a retirada de uma das células. Caso algum problema seja detectado, o embrião é congelado, e uma nova tentativa é feita.
Além da fertilização "in vitro" há uma série de outras técnicas para tratar infertilidade. Entre elas, estão as cirurgias laparoscópicas (feitas internamente, sem necessidade de cortar a pele).
"Nenhuma técnica é melhor que a outra. Cada paciente precisa descobrir qual a mais adequada para seu caso específico", afirmou Borges.
Com a cirurgia, as mulheres ficam com cerca de 30% a 40% de chance de engravidar durante a vida toda. Já no casa da fertilização "in vitro", o sucesso imediato só pode ser imediato.
"No caso das cirurgias, a gravidez pode demorar mais para acontecer, coisa de um ou dois anos. Os pacientes, em geral, têm um pouco de dificuldade de esperar", afirma o médico Tsutomo Aoki, da Escola Paulista de Medicina.

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