São Paulo, domingo, 7 de janeiro de 1996 |
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Desemprego não impede Japão de começar a erguer a economia
MARTHA MOORE
Poderá haver uma recuperação caso os bancos consigam evitar um desastre financeiro. Se eles conseguirem, haverá mais esperança nesse cenário. Recentemente o governo do país anunciou um plano para corrigir os problemas da indústria financeira. O anúncio do plano e mais algumas boas notícias econômicas fizeram com que subisse o valor das ações de grande parte das empresas -elas subiram em média 0,49% apenas em um dia. Esse fato aconteceu pela primeira vez em 14 meses. O governo informou também que a taxa de desemprego atingiu um recorde desde a Segunda Guerra Mundial, chegando a 3,4% em novembro -em outubro, o índice foi de 3,2%. Mas os economistas do governo admitem que a taxa real de desemprego -levando-se em conta também aqueles que desistiram de procurar emprego- é maior do que o índice oficial. Seria de 5% ou 6%. Mas, apesar do alta taxa de desemprego, a quantidade de ofertas de trabalho aumentou em cerca de 1% de novembro. "Alguns empregos estão sendo criados, mas não o suficiente para a demanda que existe", diz Chris Calderwood, economista sênior da BZM Securities, em Tóquio. O nível dos indicadores econômicos do Japão também aumentou, passando de 36,4 para 80, de setembro para outubro. Outra boa notícia: o iene, finalmente acordando para a corrida contra o dólar, conseguiu melhorar as condições internacionais para as exportações japonesas. Análises divulgadas recentemente demonstram que a economia do Japão vai crescer 2,3% no ano fiscal de 1996, contra 1,2% registrado em 1995. Mas a recessão japonesa prejudicou os bancos, que se viram às voltas com empréstimos ruins. Uma crise bancária poderia destroçar uma eventual recuperação econômica. "Nenhum tipo de mudança nos indicadores econômicos vai ajudar o país se o sistema bancário estiver para entrar em colapso", afirma Edward Graham, do Instituto para a Economia Internacional. Mas "sem nenhum crescimento econômico, o sistema bancário só vai piorar sua situação". O iene poderia sair fortalecido se os bancos japoneses forem forçados a trazer de volta o capital de investidores privados que está aplicado no exterior, segundo Bob Lynch, analista da MMS International. Ele prevê que no final de 96 o dólar estará valendo 90 vezes mais do que o iene. O Banco do Japão já anunciou que vai fazer inspeções de emergência em filiais de bancos japoneses nos Estados Unidos. O objetivo é evitar que as filiais comecem a ter problemas financeiros e acabem perdendo o direito de permanecer nos Estados Unidos. Foram selecionados dez bancos para a inspeção. Tradução Carla Aranha Schtruk. Texto Anterior: Candidato é admitido imediatamente Próximo Texto: Nova central busca alternativas contra a escassez de empregos Índice |
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