São Paulo, domingo, 7 de janeiro de 1996 |
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Entidade quer alterar a definição de livro
CÁSSIO STARLING CARLOS
Num congresso realizado durante a última Feira do Livro de Santiago (Chile), em dezembro do ano passado, o Grupo Interamericano de Editores formulou uma proposta de alteração da definição hoje em vigor (leia os termos da proposta no quadro acima). A resolução será levada para votação ao congresso da Associação Internacional de Editores que se realizará em abril, em Barcelona (Espanha). Para efeitos práticos e a curto prazo, a proposta pode levar a alterações das regras fiscais utilizadas por cada país para a circulação da mercadoria-livro. Mas, a longo prazo, será o livro um objeto em extinção? "Bobagem", reage o editor José Bantim Duarte. "As novas mídias não são alternativa ao livro tradicional. Quem as compra, compra outra mídia, com outra linguagem. Não é possível simplesmente transformar o texto impresso em uma mídia que, por exemplo, se constitui de linguagem, som e interatividade. Você tem que criar outro produto, pois a linguagem inteira se modifica." Na opinião do editor Paulo Rocco, "a curto prazo não vai haver nenhuma interferência, e a longo prazo elas não representam ameaça. Eu as considero uma espécie de acréscimo ao livro tradicional". Para o editor Samuel Leon, "a relação do livro com as novas mídias é tranquila, elas não o substituirão. Sempre existirá o leitor, solitário diante das páginas". Bienal A 14ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo troca de espaço neste ano. A maior feira de livros da América Latina, que acontece de 13 a 25 de agosto, deixa o tradicional pavilhão da Bienal no Parque Ibirapuera e desloca-se para o Expo Center Norte (zona norte de São Paulo). "Com a mudança", afirma Altair Brasil, presidente da CBL (promotora do evento), "buscamos ampliar as facilidades para público e expositores, aumentando as opções de estacionamento e o espaço disponível para os estandes. O pavilhão da Bienal não comportava mais a dimensão que adquiriu o evento". Na opinião dos editores a mudança não deve alterar a principal característica do evento: sua função de vitrine. "Agora seremos bandeirantes na zona norte", brinca Leon. "Apesar de não termos idéia de como será o comportamento do público, a Bienal continua a ser um espaço para bons negócios, pois nela o editor conhece seu público e vice-versa." Para Bantim Duarte, "a Bienal não é exatamente um lugar de vendas. Neste aspecto ela é pouco significativa. Mas ela é um grande evento promocional. Se pudermos comparar, ela é como um gigantesco desfile de modas. As pessoas vão ver os livros porque estes ainda guardam seu poder de sedução". (CSC) Texto Anterior: Texto e imagem se unem nas edições Próximo Texto: Edição comemorativa de 'Maíra' traz texto de Antonio Candido Índice |
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