São Paulo, domingo, 7 de janeiro de 1996
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Rorty escreve para a Folha

DA REDAÇÃO

Os filósofos Richard Rorty (EUA) e Jacques Rancière (França), os historiadores Peter Burke (Inglaterra) e Elisabeth Roudinesco (França), o cientista político Antonio Negri (Itália) e o escritor Javier Marías (Espanha) são os novos colaboradores da Folha.
A partir deste mês eles passam a escrever artigos exclusivos para o jornal, na série "Autores", que publica desde o ano passado textos dos sociólogos Robert Kurz (Alemanha) e Alain Touraine (França) e do historiador americano Robert Darnton (leia a ordem de publicação em box nesta página).
Hoje estréiam o filósofo Richard Rorty e o escritor Javier Marías. Rorty, 64, é um dos importantes pensadores contemporâneos. Foi professor das universidades de Yale e Princeton (EUA). Atualmente leciona na Universidade de Virgínia. Seu pensamento filia-se à escola neopragmática, da qual é um dos representantes mais célebres, que defende a precedência dos atos de linguagem nos processos de compreensão do mundo. No ano passado, a Relume Dumará publicou o seu ensaio "A Filosofia e o Espelho da Natureza" (leia seu artigo na página ao lado).
Marías, 44, é considerado um dos principais escritores da Espanha na atualidade. É filho do filósofo Julian Marías, ex-professor em Oxford e na Universidade Complutense de Madri, autor de romances, ensaios, biografias e tradutor premiado de Laurence Sterne. No ano passado, a Martins Fontes publicou seu romance "Coração Tão Branco" (leia seu artigo abaixo).
Na próxima semana, escrevem o filósofo Jacques Rancière e o sociólogo Robert Kurz. Aos 55 anos, Rancière é hoje um dos nomes centrais da filosofia francesa. Foi ligado ao pensamento marxista de Althusser, do qual se distanciou a partir de 1968. No Brasil já foram publicados os seus livros "A Noite dos Proletários" (Cia. das Letras) e "Os Nomes da História" (Educ). A Editora 34 pretende lançar este ano "Políticas da Escritura", com textos do filósofo.
Kurz, 52, que já escreve na seção "Autores", é co-editor da revista "Krisis" e tem dois livros publicados no Brasil: "Colapso da Modernização" e "A Volta do Potemkim" (pela Paz e Terra).
No terceiro domingo deste mês, escrevem o historiador Peter Burke e o cientista político Alain Touraine. Burke é professor da Universidade de Cambridge (Inglaterra) e autor de estudos já clássicos de história, como "Cultura Popular na Idade Moderna", "Veneza e Amsterdã" e "A Fabricação do Rei" (todos lançados no Brasil). No ano passado, deu aulas na USP e lançou no Brasil "A Arte da Conversação" (Editora da Unesp). Touraine é diretor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, em Paris, e publicou no Brasil, entre outros, "A Crítica da Modernidade" (Vozes).
No quarto domingo, escrevem o cientista político Antonio Negri e a historiadora Elisabeth Roudinesco. Toni Negri, como ficou conhecido, nasceu em 1933 e foi professor nas universidades de Pádua (Itália) e Sorbonne (França). Acusado em 1979 de insurreição armada contra o Estado, acusação posteriormente retirada, passou várias anos na prisão, antes de ser eleito deputado do Parlamento italiano e então libertado. Em 1983, teve a imunidade parlamentar suspensa, acusado de atuar junto à extrema-esquerda, o que sempre negou. Exilou-se, então, em Paris, onde vive e ensina até hoje. Seus livros sobre Hegel, Descartes, Marx e Maquiavel foram traduzidos para várias línguas. No Brasil, a Editora 34 lançou seu estudo sobre Spinoza, "A Anomalia Selvagem".
Roudinesco, 51, é diretora de pesquisa da Universidade de Paris 7, encarregada de conferências na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais e vice-presidente da Sociedade Internacional de História da Psiquiatria e da Psicanálise, em Paris. É autora de "História da Psicanálise na França" (Jorge Zahar Editor) e da biografia "Jacques Lacan" (Cia. das Letras).

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