São Paulo, domingo, 7 de janeiro de 1996
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Eleição portuguesa retoma duelo

JAIR RATTNER
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE LISBOA

No próximo domingo, 14 de janeiro, os portugueses vão escolher o sucessor de Mário Soares na Presidência do país. As eleições deverão reproduzir novamente o duelo entre as duas principais forças políticas do país: o Partido Social Democrata, do ex-primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva, e o Partido Socialista, do ex-prefeito de Lisboa Jorge Sampaio.
Normalmente, as eleições devem acontecer em dois turnos. Se não ficarem decididas no dia 14, os portugueses votam novamente em 4 de fevereiro.
Faltando uma semana para as eleições, todas as pesquisas de intenção de voto dão a Jorge Sampaio um vitória folgada nas urnas.
Na maior parte das pesquisas recentes, mais de 12 pontos separam Sampaio de Cavaco Silva, com variações apenas no número de indecisos.
O semanário "O Independente" vem publicando as pesquisas mais favoráveis a Sampaio. Na última semana, o candidato socialista caiu de 52% das intenções de voto para 51,1%, enquanto Cavaco subiu de 37,2% para 39%. Segundo o jornal, o número de indecisos está em 9,9%.
Na pesquisa que dá maiores chances a Cavaco, publicada pela revista "Visão", Sampaio encontra-se na frente com 43% das intenções de voto, enquanto Cavaco fica com 31%. Só o número de indecisos cresce, atingindo 17%.
Oficialmente são quatro os candidatos. O Partido Comunista Português e a União Democrática Popular (equivalente português do PC do B, de extrema esquerda) também lançaram nomes, mas apenas para aproveitar a projeção que a campanha proporciona.
O peso eleitoral desses candidatos é praticamente inexistente. O máximo que o comunista Jerônimo de Sousa atingiu em toda a campanha foi 1,2%. Alberto Matos, da UDP, conta com intenção de voto tão pequena que em nenhuma pesquisa a percentagem dos seus eleitores chega a ser divulgada.
A personagem política que faz sombra aos candidatos é o atual presidente, Mário Soares.
No final do seu segundo mandato, Soares conta com aprovação de mais de 70% dos eleitores e, se pudesse, seria eleito novamente.
A legislação portuguesa não permite a eleição para um terceiro mandato consecutivo.
Tal popularidade do presidente só reforça o grande momento do Partido Socialista. O grupo vem de uma vitória expressiva, no final de 95, quando retomou o governo do PSD e elegeu Antônio Guterrres para o cargo de primeiro-ministro, que era ocupado por Cavaco Silva.

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