São Paulo, domingo, 7 de janeiro de 1996 |
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O sol renascente A anemia econômica no mundo desenvolvido fez a sua primeira vítima política na figura do primeiro-ministro japonês Tomiichi Murayama, que renunciou inesperadamente na última sexta-feira. É evidente que há uma íntima relação entre a renúncia e o fato de a economia japonesa, em 1995, ter sido a de menor crescimento, com a exceção do México, entre os 25 países membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o clube dos países mais industrializados. O Japão cresceu apenas 0,3% no ano passado, índice inferior ao já anêmico 0,5% do ano anterior. A saída de Murayama não provoca mudanças políticas significativas. O governo continua sob o controle de uma ampla coligação. O novo primeiro-ministro, ao que tudo indica, será Ryutaro Hashimoto, hoje ministro do Comércio. Há nessa troca um dado simbólico: Hashimoto pertence ao PLD (Partido Liberal Democrático), que governou o Japão durante 38 anos consecutivos, até ser apeado do poder nas eleições de julho de 1993. Então, parecia ser o ocaso de um peculiar sistema de democracia sem revezamento no poder. Entretanto, as experiências feitas nos dois anos e meio subsequentes chegam agora ao fim, com o retorno dos liberais. Trata-se de um desfecho que parece indicar um saudosismo dos japoneses por tempos mais brilhantes na economia. Texto Anterior: É o fim da oposição? Próximo Texto: Notícias do outro mundo Índice |
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